CAPÍTULO 38

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Faith Marshall 

San Francisco, Califórnia 

 Passamos grande parte da manhã na delegacia, e agora já eram por volta das 13h e estávamos na esperança de resolver tudo isso hoje, mas infelizmente não foi possível. 

 Fomos dispensados da delegacia e nos mandaram voltar para casa por enquanto. Ainda não haviam conseguido o mandato de prisão para a garota e provavelmente só sairia amanhã. No início eu não conseguia me lembrar bem de quem ela é, mas agora lembro perfeitamente, e isso me deixa muito puta. 

 Como ela ousa fazer algo assim usando os próprios recursos do meu marido?? Ela é uma vagabunda sem noção. 

 Não é uma certeza absoluta, mas Petter suspeita muito de que ela tenha pagado o "agiota" com o dinheiro que ele forneceu para pagar o hospital da filha dela. Se essa suspeita realmente for verdadeira, então essa mulher é uma doente completa! 

- Amor, por que não come algo antes de deitar? Você ainda não comeu nada hoje, querida.- Ouço a voz suave e terna de Petter. Desvio minha atenção para ele e percebo que o mesmo está com uma feição preocupada.

- Toda essa história tirou minha fome… mas se quiser posso cozinhar algo pra você comer, amor.- Me levanto da cama e caminho em passos lentos em sua direção. Estava com uma sensação estranha de que precisava ficar perto dele, algum tipo de ansiedade estranha.

 Dou um sorriso singelo para ele e o abraço. Nós dois estamos exaustos e ainda não dormimos desde que chegamos da delegacia, mas mesmo assim eu percebo que ele tenta demonstrar um pouco de ânimo para mim. Então eu tento ser um pouco mais carinhosa por ele também.

- Tem certeza que não quer comer nada? Você pode passar mal se ficar muito tempo sem comer…- Ele acaricia minha cintura levemente.- Mas, de qualquer forma, não precisa cozinhar nada amor, sei que está muito cansada agora. 

- Tenho certeza, juro que não estou com fome. Meu corpo só quer dormir, aliás, o seu também deve estar querendo isso. Afinal, você não dormiu nada noite passada.- O olho preocupada e avalio seu rosto por alguns segundos.- Seu olho tá até piscando diferente.

- Está exagerando um pouquinho.- Ele riu um pouco.- Mas tudo bem, vamos dormir então.- Sorri de leve e fomos para a cama.

 Apaguei a luz do quarto, deitei na cama e me permiti ser aconchegada entre os braços de Petter. Apesar de ser praticamente 13h da tarde, o sono me bateu forte e adormeci em questão de minutos.

Eu estava em uma praia.

 A brisa batia violentamente contra minha pele e eu abraçava meu próprio corpo para me proteger do frio que eriçava cada mínimo pelo em meu corpo.

 Meus pés estavam em contato direto com a areia e não havia sinal algum de chinelo no chão ou em qualquer outro lugar.

 Eu sorria estranhamente exagerado, não um sorriso feliz mas um sorriso estranho, como se estivesse muito bêbada. Meu corpo se movia de forma descontrolada e o mundo parecia ter começado a girar...
e girar… 
e girar…

 Me desequilibro e caio na areia, a tontura me dominava por inteiro e a uma ânsia de vômito se fez presente. Me sentei desajeitadamente na areia e inclinei meu corpo para o lado, vomitando tudo que eu (não) tinha no estômago. 

 Fico alguns minutos ali sentada, apenas olhando para o nada e tendo uma estranha crise de risos. Dou um gritinho quando uma mão toca em meu ombro e olho para trás. 

Ah…

O homem mais belo que já vi na minha vida estava parado bem atrás de mim. Eu fiquei em transe, admirando cada centímetro dele, desde seus cabelos cacheados cor chocolate, até mesmo seus olhos grandes e brilhantes…

- Moça, você está bem?- A voz dele é tão linda. 

 Apoiei minhas mãos na areia, tentando pegar impulso para ficar de pé, mas estava tão tonta que falhei terrivelmente e caí igual uma jaca no chão novamente. 

- Você está bêbada? Precisa de ajuda?- O homem dos olhos brilhantes me olhava com uma preocupação desconhecida. Tentei falar algo mas nada saia pela minha garganta, então apenas balancei a cabeça assentindo.- Onde você mora? Vou te levar pra casa. 

Eu o olhava fixamente, queria muito respondê-lo mas não conseguia fazer nada além de rir. 

- E agora?!- Ele falou para si mesmo após não receber respostas. O homem olhou para seu celular e logo depois olhou em volta da praia.- Está muito tarde e aqui não tem mais ninguém além de nós dois, você provavelmente não está acompanhada, não é?.... droga, tinha esquecido que você não consegue falar. - Ele respirou fundo.- Vou te ajudar a levantar, e vou te levar para minha casa. Não posso deixar uma mulher frágil sozinha, há essa hora da noite.

 Ele passou meu braço por seu ombro e segurou em minha cintura, me apoiando para que eu conseguisse andar… mas não funcionou muito. Além de tonta, eu estava sonolenta e não conseguia nem sequer dar 2 passos em linha reta. 

- Eu sei que pode ser desrespeitoso, mas ou é isso ou a gente vai ficar aqui eternamente.- Senti meu corpo sair do chão e reparei que estava sendo carregada pelo desconhecido para sei lá aonde.

 Talvez eu devesse tentar lembrar do meu endereço ou gritar por socorro, já que não sei o caráter dessa pessoa, mas nada parecia mais atrativo do que o mundo dos sonhos nesse momento. Fechei os olhos lentamente, sentindo meu corpo ficar mais e mais leve e minha consciência foi longe. 

O cheiro extremamente bom de temperos e comida fresca entrou por minhas narinas, fazendo minha barriga começar a roncar. Abri os olhos repentinamente, rolei os olhos pelo quarto e não vi nenhum sinal do Petter, mas já sabia que ele provavelmente estava na cozinha. 

 Olhei para o relógio digital na mesinha de cabeceira e arregalei os olhos, 20h13. Achei que iria ser só um cochilo de uma ou duas horas, mas também não posso reclamar de nada, afinal estou muito mais descansada do que antes.

Me sentei na cama e fiquei alguns minutos ali, apenas olhando para meus pés enquanto pensava no sonho que tive. Seria um sonho ou uma lembrança? Tenho certeza que aquilo é meio familiar… 
 Talvez eu só esteja sendo paranóica, mas sei lá. 

 Dei uma leve espreguiçada antes de me levantar da cama. Minha barriga roncava muito, me lembrando que eu ainda não havia comido nada hoje. Tento arrumar meu ninho particular, também conhecido como "cabelo", antes de descer para comer, mas no final desisto e apenas faço um coque.

 Tento arrumar meu ninho particular, também conhecido como "cabelo", antes de descer para comer, mas no final desisto e apenas faço um coque

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Eu falando sobre "descansar" durante o capítulo e escrevendo isso 3:40 da madrugada kakakakak

Tá sendo bem difícil conseguir escrever esses dias e eu não sei explicar o porquê, simplesmente não consigo desenvolver minhas ideias e isso ta atrapalhando todo o livro. Então eu peço desculpas a todos os leitores, prometo que vou tentar ser mais frequente por aqui.

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