As pálpebras se ergueram lentamente, os olhos azuis com a visão esbranquiçada e turva, zumbidos estalando nos ouvidos do moreno enquanto ele recobrava a consciência. Seus olhos se fecharam por um momento, antes dele sentir um tapa sendo desferido em sua testa, Armin resmungou, franzindo o cenho e abrindo os olhos, piscando para melhorar a visão. Até ele conseguir enxergar uma silhueta azul, e então suspirou. Foi um sonho? Ele pensou.
Mas quando finalmente sua visão fica melhor ele se vê em uma cama com lençóis brancos, o ambiente igualmente claro e sem cor, um quarto de hospital, obviamente. Armin estreitou os olhos, e sentiu outro tapa na testa, ele protestou para o nada, virando a cabeça.
— para de fechar os olhos, faz uma semana que você tá aí, não vou te deixar dormir de novo! — a voz de Alexy se fez presente, emburrada e aliviada ao mesmo tempo. — vai, olha pra mim, como tá se sentindo?
Os ombros de Armin sacudiram como resposta, um bocejo longo saindo de seus lábios.
— sinto que dormi por horas... — mormurou, a voz rouca e arrastada, quase não saindo.
— é, foi uma semana! — ele cruzou os braços, fazendo beiço. — eu tava preocupado... Sério, eu a mamãe e o pai entramos em pânico — o azulado pegou o celular, discando rapidamente antes de voltar a atenção para Armin. — lembra do que aconteceu?
A pergunta pairou no ar entre os gêmeos, Armin piscava lentamente enquanto mantinha os olhos fixos no rosto do irmão, sua mente lembrando lentamente do que o levou até aquele estado. Observou Alexy se inclinar para alçar uma garrafa de água no balcão, erguendo para Armin, o ajudando a beber, enquanto o mesmo se esforçava para mover as mãos após dias sem se mover.
— não ..devia chamar um médico..? — murmurou, bocejando.
— ah, é verdade! — Alexy coçou o queixo, olhando para a porta. — mas antes me diz, lembra ou não?
O azulado parecia estranhamente ansioso para saber a resposta, como se já soubesse. O moreno franziu as sobrancelhas, respirando fundo.
— eu...fui com Lysandre no hospital...ver o pai dele... — Armin começou a dizer com a voz arrastada — fiquei meio mau e fui o esperar na entrada do hospital... Só..lembro que ouvi ele gritar e uma luz forte me atingir... — ele conseguiu levar o braço, passando a mão pelos cabelos. — fui atropelado?
— não — Alexy disse diretamente. — tch, era um bêbado dirigindo que nem louco, foi na direção da calçada... — bufou, se sentando na beira da cama. — ...mas o Lys te empurrou, ele foi atingido ao invés de você...
A última frase fez a respiração de Armin falhar, seu coração começando a bater rápido, o som dos batimentos cardíacos ecoando alto no aparelho.
— o..o que? — seu rosto se contorceu em pânico — onde está Lys? Como ele tá?? — ele gritou rouco, levantando-se abruptamente, fazendo sua cabeça girar com tontura, eu deitou novamente, cobrindo o rosto com as mãos.
Alexy segurou seus ombros, afagando de leve, sua expressão levemente neutra.
— está tudo bem, Lys... está bem, na medida do possível...mas ele acordou antes de você, ele queria muito te ver... — disse Alexy, num tom de voz que Armin não conseguiu decifrar.
— ...eu vou vê-lo — diz Armin, voltando a se levantar. Em um vulto, ele estava no quarto do albino, muito iluminado e branco. Ele se aproximou da cama de onde ele estava deitado.
O sorriso de Lysandre fez o coração de Armin disparar, ele se deitou ao lado de Lysandre na cama, respirando fundo.
— ...você está bem... Isso é bom... — a voz do albino se fez presente.
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