Capítulo 2

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Joseph P.O.V

Os meus dias estavam sendo curiosos.

Mas infelizmente não era uma curiosidade boa, eram coisas fora do contexto que aconteciam todas ao mesmo tempo e até certo ponto tirando a merda pra fora de mim.

Não era intenção transparecer todo estresse que eu estava tendo ultimamente. Mas a gota D'Água foi mesmo a notícia daquele dia.

— O que?! - Exasperei e o Ernie olhou para mim em saber o que fazer a seguir.

— Foi isso...foi isso que o senhor Vance pediu para informar ao senhor, ainda não é uma confirmação fixa que os fornecedores vão rescindir o contrato senhor. - Ele falou e eu suspirei me sentando na minha cadeira de maneira dramática, tocando a minha testa e massageando as têmporas.

— É senhor do Céu, se você quiser me levar já, é só dizer, não precisa me fazer ter um enfarte. - Falei para ninguém em específico e o Ernie continuou lá olhando.

— Mas como disse senhor, o senhor Vance ainda não confirmou nada. - Com uma expressão cética eu abanei a cabeça em negação.

— Você pode ir agora Ernie, diga a Louise para não deixar ninguém entrar, não estou para ninguém. - Ele permaneceu estático ainda olhando para mim. — O que foi? - Perguntei.

— É que...o senhor tem uma videoconferência importante com a Enterprise Business center e a Duncan Association, a gente levou uma década para conseguir e senhor...- Ele hesitou.

— E eu? - Perguntei erguendo uma sobrancelha.

— Simplesmente...simplesmente não...não vai...- Vendo que ele obviamente não ia terminar de falar porque ele sequer olhava para mim eu suspirei.

— Miles...- Chamei e ele levantou o olhar.

— Sim?

— Você quer que eu morra? - Perguntei a ele, olhou para mim espantado, provavelmente não esperando aquela pergunta.

— Não senhor! - Respondeu rapidamente.

— Então...- Eu me inclinei para frente na minha escrivaninha. — Coopere. - Falei Simplesmente. - Ele engoliu em seco porque naquele momento eu já não estava sendo o cefe condescendente, empático e cheio de compaixão, estava sendo o CEO pretensioso que todos sempre acham que eu sou. — Não estou para ninguém, não importa quem for. - Eu olhei para o relógio e faltavam pouco menos de duas horas para o horário laboral terminar. — É tudo. - Falei para ele, e sem mais nada a tratar ele saiu.

Os cinco minutos depois daí foram incríveis, mas incrível mesmo. Não importou, aparentemente o número que eu pedi que ninguém me incomodasse, porque nos exatos cinco minutos depois a minha porta foi aberta, nem sequer bateu antes, só entrou.

— Eu falei estritamente que não estava para ninguém. - Falei sem olhar para o rosto da pessoa, mas sendo muito sincero eu já sabia quem era.

— Curioso você estar no exacto momento em que eu entrei. - Falou com ironia ao se sentar na cadeira de frente a mim.

— O que você quer Nyve?- Ele revirou os olhos e recostou no assento.

— Porque você está me tratando tão mal? O seu querido amável e abençoado amigo. - Eu olhei sem muito ânimo para ele.

— O meu dia não está correndo bem, e normalmente quando você vem aqui em um dia de semana, não é exatamente para me dar bons conselhos. - Ele fez uma cara feia.

— Conselhos? Cara, eu faço você sentir coisas, e é exatamente isso que a gente vai fazer hoje, hoje eu vou levar você para um lugar que você vai achar ser o paraíso, e acredito tem uma anjinhos lá...- Falou se aproximando rapidamente da minha mesa e eu bufei de impaciência.

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