Capítulo 5

652 45 11
                                    

Um acontecimento que eu detestava estava ocorrendo naquele dia.

Um almoço familiar.

Vocês poderiam se perguntar o motivo de eu detestar almoços familiares, afinal de contas são sempre comemorações boas onde tem união, onde tem família,  uma convivência , onde tem felicidade , supostamente paz e harmonia

Eu não era tão afastada assim da minha família, mas também não era tão próxima, eu simplesmente evitava esses almoços e atividades em família.

Um dos grandes motivos é o facto de eu ser uma pessoa muito transparente e frontal, eu estava constantemente tendo confrontos e choques com o meu irmão mais velho, na verdade nem é tão mais velho assim, ele é apenas quatro anos mais velho de mim, mas sempre acreditou que tem mais poder me julgar que todos os outros que me aceitam como eu sou.

Porquê eu estou dizendo isso?

Porque eles sabem que eu sou stripper. Porquê eu esconderia um facto tão importante sobre mim?

Eu não me envergonho de fazer o que faço, e sinto que não deveria, realmente a minha família tem uma bela estabilidade financeira, logo a questão : Porquê ela faz isso? Se torna bem mais audível que o normal.

Mas como disse, eu era uma pessoa muito transparente, eu não sentia vontade e necessidade de mentir sobre quem eu era com a minha família.

Não é mentira que nenhum pai ou alguma mãe provavelmente não se sentiria feliz ao ouvir que sua filha trabalha com algo tão religiosamente errado, mas desde que eu não esteja fazendo mal a mim mesma ou a outrem, eles me entendiam.

Mas eu também não falava muito sobre isso quando eu estava presente lá, era desconfortável para eles, embora eles não demonstrem tanto, eu sabia que era sim.

Mas voltando aquela praga que eu chamo de irmão mais velho, eu não tenho apenas um, tenho dois, os dois são mais velhos de mim, o outro com apenas dois anos de diferença, mas ao contrário do mais velho de nós, ele tentava ao menos respeitar as minhas preferências.

Posto lá, eu não podia simplesmente deixar de lado os sentimentos dos meus pais e não aparecer naquele almoço bobo que eles sempre organizam com os filhos.

E aqui estava eu, de frente a porta da minha casa com um bolo caseiro que eu mesma fiz, não era uma obrigação, mas já faziam dois meses que eu não pisava os pés nessa casa, então talvez se eu levasse alguma coisa, aquilo amenizasse o meu sumiço.

Lá, eu toquei a campainha e esperei pacientemente, não vi o carro do meu irmão mais velho quando estacionei o meu, logo, estava positiva sobre ter pelo menos um bom começo.

— Ah....- Ele falou assim que abriu a porta e o meu sorriso simplesmente morreu. — Alguém encomendou um bolo de uma mulher sem dignidade alguma? - Ele perguntou quando eu simplesmente passei por ele.

— É muito bom ver você também Mike.

— Não diga também como se eu estivesse feliz por ver você Holly.

— Foi educação só. - Falei olhando para ele com desdém.

— Você ainda tem? - Perguntou. — Eu achei que você tivesse jogado fora sempre que tira a roupa e dança para aquela quantidade imensa de homens como se fosse uma mendiga.

Eu estava para responder, com algo muita pouca educação, mas felizmente fomos interrompidos.

— Filha...- O meu pai andou até mim e me saudou.

— Como é bom ver o senhor, vejo que continua indo ao ginásio.

— Como acha que esse velho continua tão Jovial? - Perguntou me fazendo sorrir, independentemente de tudo ele não perdia o senso de humor.

Mais Uma DançaOnde histórias criam vida. Descubra agora