Summers, Savannah
- É, eu acho que não. - disse, negando com a cabeça - Eu posso estar bêbada, mas nem tanto.
O já familiar sorriso malicioso e divertido surgiu em seus lábios. Nathan deslizou, sentando-se ao meu lado e fitando-se de perto. Virei meu rosto para fitá-lo com um olhar questionador, mas tudo que ele fez foi aproximar-se mais ainda de mim, seu rosto a centímetros do meu e sua mão pousava sobre o meu joelho esquerdo.
- Você tem certeza? - ele perguntou. Eu precisava recuar, mas simplesmente não podia. Se eu recuasse, ele saberia que eu era fraca, de certa forma. No fim, não recuei, localizei novamente sua mão em meu joelho e coloquei minha própria mão sobre a dele. Lentamente, acariciei seus dedos e seu pulso, então voltei meu olhar para encontrar o dele novamente.
- Sim, tenho certeza! - bruscamente, tirei sua mão do meu joelho e levantei-me, sentindo uma leve tontura, que ignorei. Pude ouvir ele soltar um leve suspiro misturado a uma risada de nariz, então seus passos seguindo-me enquanto eu subia as escadas. - Vem cá, o que você acha que está fazendo? - perguntei, parando no topo das escadas e cruzando os braços.
- Eu acho que você está me levando até o seu quarto onde nós iremos continuar a noite. - disse, espiando pela janela do outro lado do corredor, confirmando que ainda estava escuro, mas não por muito tempo. Ele mostrou os dentes em um sorriso.
- Tudo bem, continue sonhando. - concordei, rolando os olhos e seguindo o caminho até meu quarto. - Só porque eu sou uma pessoa muito boa, você irá dormir em um dos quarto de hóspedes.
- Nós acabamos de nos conhecer. Não tem medo que eu mate você em seu sono, ou sei lá? - perguntou, erguendo uma sobrancelha e adentrando meu quarto logo atrás de mim. Sem hesitar, Nathan dirigiu-se para a minha cama e jogou-se leva, cruzando os braços atrás da cabeça e colocando as pernas em cima da cama.
- Sinceramente? Eu não acho que um idiota como você possa matar nem uma mosca, então... - dei de ombros, abrindo meu closet e desaparecendo lá dentro. - E eu espero que no momento em que eu sair daqui, você esteja sentado que nem um estranho num quarto desconhecido e não como se estivesse em sua própria cama. - avisei, aumentando um pouco o tom de voz para ele me ouvir.
Escolhi uma camisola de seda que alcançava o meio das minhas coxas e coloquei o robe também de seda por cima. Tirei toda minha maquiagem e desfiz o penteado do meu cabelo, amarrando-o em um coque no alto da cabeça. Procurei pelas prateleiras roupas de dormir que meus primos haviam esquecido na última vez que vieram aqui, o que faz muito tempo, mas pelo menos o calção serviria. Assim que achei-o, voltei para o quarto, onde encontrei Nathan mexendo nas minhas gavetas.
- Ei, onde você guarda as roupas íntimas? Quero dizer, se você as usa, né... - apesar da brincadeira maliciosa e idiota, seu rosto estava sério, com as sobrancelhas erguidas, como se estivesse apenas esperando um vendedor dizer onde era a sessão dos enlatados.
Eu respirei fundo, fechei os olhos, contei até dez e mordi o lábio para me impedir de gemer por causa da dor que minhas unhas, cravadas nas palmas de minhas mãos, estavam me causando.
- Eu consegui um calção para você. - disse, abrindo os olhos e jogando-lhe a roupa. - O seu quarto é na porta da frente.
Parker sorriu amplamente e, com um aceno de cabeça, foi saindo do quarto.
- Ei! - chamei-o - Quando eu acordar amanhã, você ainda estará aqui?
- Eu não sei. - deu de ombros - Durma bem, princesa. - disse ele. Eu franzi o cenho e balancei a cabeça. Caminhei até a porta de meu quarto e fechei-a.
Voltei para minha cama, tirando o robe no meio do caminho e jogando-o no chão, depois joguei-me na cama e me cobri com minhas cobertas, logo caindo no sono, pois estava muito cansada para pensar em todos os acontecimentos da noite. Tudo que eu sabia, é que aquele tinha sido um dos melhores e também mais estranhos aniversários que eu já tive.
Repentinamente meus olhos se abriram no meio da escuridão que estava no local que logo descobri ser meu quarto. Senti um vento correr em minha espinha por causa do frio que fazia aquela noite.
Espere. Noite? Mas eu fui dormir de madrugada, como pode ser noite? Oh, isso só pode ser brincadeira. - pensei comigo mesma. Sentei-me na cama depressa, embora algo pesado em minha barriga tenha dificultado um pouco o processo dramático.
Olhei para baixo para identificar o objeto estranho em minha barriga e dei-me conta de que não estava sozinha naquela cama.
Esfreguei os olhos para enxergar mais claramente quem estava ao meu lado. O braço que estava sobre minha barriga era forte, o rosto apoiado nos travesseiros ao lado dos meus, parecia tão sereno quanto não me parecia familiar. Até eu conseguir notar o cabelo arrepiado e escuro.
- Ei, que diabos você está fazendo aqui? - eu gritei, fazendo com que ele abrisse os olhos depressa e se sentasse na cama tão rápido quanto. Assim que olhou ao redor e não processou nenhum perigo, jogou-se de volta nos travesseiros.
- O que foi? - sussurrou, fechando os olhos novamente e cruzando as mãos sobre a própria barriga.
- O que está fazendo na minha cama? - perguntei, com mais calma agora, com uma ressaca que me impediu de gritar um pouco mais.
- Dormindo, o que você acha? - debochou.
- Quero que você vá embora, seu estúpido! Nós dormimos o dia inteiro e meus pais vão chegar logo, se eles te virem aqui, será o meu fim! - exclamei, virando-me para ele. - E eu poderia jurar que havia dito que o seu quarto era o da porta da frente!
Ele respirou fundo, abriu os olhos e sentou-se na cama novamente. O movimento fez com que o cobertor deslizasse para baixo, deixando a mostra sua perfeita barriga, que me custou mais do que muita força de vontade para parar de olhar e focar em seus olhos claros.
- Eu não estava conseguindo dormir e queria ter certeza de que meu lindo rosto fosse a primeira coisa que você visse pela manhã. - ele disse, esfregando os olhos e bagunçando o cabelo enquanto sorria de canto.
- Você é um perfeito idiota! - disse, rolando os olhos e afastando as cobertas. Coloquei as pernas para fora da cama e levantei, tendo certeza de que minha camisola continuasse no lugar.
- E você tem belas pernas! - ele exclamou de volta.
Peguei meu celular em cima da cômoda e olhei a hora, 18:30. Ótimo, meus pais só chegariam às 19:00, eu estava salva.
- Tudo bem, você tem meia hora para ir embora. Ou, melhor dizendo, você tem cinco minutos para ir embora. - me corrigi, sabendo que eu ainda precisava tomar um banho e comer alguma coisa, visto que eu estava morrendo de fome.
Para a min ha surpresa, Nathan não concordou e nem argumentou, simplesmente levantou-se, recolheu algo que estava no chão e se encaminhou para o banheiro do meu quarto. Ouvi ele ligar o chuveiro e tomar um banho rápido, enquanto isso eu vesti meu robe novamente e organizei um pouco meu quarto.
Quando ele saiu do banheiro, estava usando as mesmas roupas de ontem, porém seu cabelo estava completamente molhado e pingando um pouco nas pontas.
- Me leva até a porta? - perguntou, sorrindo de canto. Eu ignorei-o e passei por ele, descendo as escadas enquanto olhava para os lados. Felizmente, toda a casa estava perfeitamente brilhando, nem parecia que havia tido alguma festa ali.
Cheguei ao hall e peguei a maçaneta, girando-a e abrindo a porta.
- Muito bem, tchau para você. - disse, gesticulando para o lado de fora.
- Você sabe, foi ótimo dormir com você! Eu poderia facilmente me acostumar com isso. - Nathan passou por mim e, já do lado de fora, virou-se para me fitar.
- É mesmo? Nossa, obrigada, pena que não posso dizer o mesmo, já que o seu braço quase me esmagou. - retruquei - De qualquer forma, é bom você ter essa noite na memória, pois nunca vai acontecer novamente. Tenha uma boa noite. - e fechei a porta na cara dele, eu ainda tinha muita coisa para fazer, afinal!
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I found you
Genç KurguEla, uma veterana conhecida por todo o colégio, amada por todos os garotos e invejada por muitas garotas. Ele, um transferido rebelde que faz tudo o que quer, quando quer e com quem quer. Apesar de suas diferenças notáveis, o acaso irá fazer com qu...