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                                 Melissa ☀️

Tínhamos acabado de chegar na casa da Larissa.

Havia vários familiares dela ali e alguns do Matheus também, me fazendo questionar o que estava acontecendo ali. Olhei pro Gabriel e ele olhou pra mim, provavelmente pensando a mesma coisa. Ele me deu a mão e começamos a andar até onde eles dois estavam. Assim que a Larissa me viu, ela sorriu largo e me abraçou empolgada, me fazendo retribuir o abraço da mesma forma. O fabrini e o Matheus se cumprimentaram do jeito deles e logo trocamos de lugar, comigo abraçando o Matheus e ele abraçando a Larissa.
Me afastei quando o fabrini se afastou e ele passou os braços pelo meu ombro.

— O que vocês dois estão aprontando? — perguntei curiosa, entrelaçando minha mão no do Fabrini.

— Sem enrolação e já manda o papo logo que minha agenda tá cheiona, sem caô! — Fabrini disse, nos fazendo rir alto.

— Já, já a gente fala fabrini, da uma segurada na emoção aí! — Larissa disse risonha, fazendo o Matheus concordar com a cabeça. Ficamos nos quatro conversando até mais gente chegar e eles terem que ir falar com eles.

Eu e o Fabrini fomos na cozinha quando ele se queixou de fome, me fazendo questionar pra onde ia tanta comida sendo que ele tinha comido antes de sairmos de casa.

Fomos até a cozinha, e eu abri a geladeira procurando alguma coisa. Eu já era de casa então tava tranquilo.
Peguei uma latinha de guaraná pra ele e outra pra mim, logo entregando pra ele e pegando um salgadinho que tinha no armário pra ele comer.

Ele logo começou a comer, me puxando depois e me beijando com vontade. Sorri no meio do beijo, não entendendo essa vontade louca de me beijar toda hora. Me permiti beijar de volta e o clima estava esquentando quando o Matheus apareceu gritando pra ir pra sala e quebrando o clima.

— Larguem de putaria na casa dos outro e vamo pra sala agora, bora! — ele disse batendo palma e nos apressando, me fazendo bufar e ao mesmo tempo ficar tímida, indo pra sala. Escutei o Fabrini xingar ele e reclamar, logo me seguindo também.

Chegamos na sala e estava todo mundo ali e a Larissa e o Matheus no centro da sala. Fiquei mais afastada junto com o Fabrini atrás de mim e me abraçando por trás.
Eles dois respiraram fundo e Larissa começou a falar.

— Então pessoal, chamamos vocês aqui pra atualizar sobre algumas coisas que aconteceram e estão acontecendo ultimamente. — Ela respirou fundo, buscando fôlego pra continuar. — Primeiro, é que eu e o Matheus estamos namorando... — e assim que ela disse isso, todo mundo começou a gritar e comemorar, batendo palmas. Alguns faziam tons surpresos e outros como se sempre quisessem que isso acontece. Sorri largo olhando pro Fabrini, vendo ele com um sorriso ladino.

— Calma gente, falta a segunda notícia! — ela riu e o Matheus abraçou ela por trás, colocando a mão em sua cintura. — Fomos um pouco apressados também, não esperávamos que isso fosse acontecer mas já que aconteceu, é nossa responsabilidade cuidar. — Ela disse e todo mundo começou a fazer sons surpresos, já adivinhando o que poderia ser. — É isso gente, eu tô grávida! — e depois disso foi só gritaria por trás de gritaria e comemorações. Sai junto com o Fabrini em direção a eles, abraçando-os e super feliz pela notícia. 

— Larissaaaa! mulher de Deus, parabéns mamãe do ano! — disse empolgada, vendo seus olhos encherem de lágrimas.

Ficamos na casa dela durante um tempão até o fabrini querer ir embora e dizer que tinha que resolver umas coisas. Nos despedimos deles e saímos da casa de mãos dadas, descendo a rua e indo até o ponto que nós nos desencontraríamos.

— Maneiro essa parada do Matheus ser pai agora — ele comentou, me olhando de lado. — Capaz que vai entrar nos eixos — olhou pra frente.

— Verdade, vai ser bom pra eles — Eu afirmei com a cabeça e sorri pequeno. Será que ele gostaria de ser pai um dia? Ter uma família comigo no futuro?

Olhei pra ele sem saber se perguntava ou não, respirando fundo algumas vezes. Ele parou de andar e me olhou.

— Qual foi? Quer perguntar o que? — disse risonho e eu abaixei a cabeça sem graça.

Ele me conhecia bem até demais...

— Ah, sabe... é que, sei lá... você gostaria de ter... filhos um dia? Ter uma...família comigo? — Perguntei entre pausas, receosa de sua resposta. Ele ponderou a resposta, inclinando a cabeça para o lado as vezes.

— Ah... se pá eu acho massa essa ideia de ter filhos e esses bagulho — me olhou sorrindo fraco, me abraçando pelo pescoço.

Que mania era essa?

— Ainda mais com você — e eu olhei pra ele, com os olhos brilhando e sorrindo pequeno. — Mas é tudo muito complicado, tá ligado? Ainda mais no meu cargo aqui na favela, iríamos viver correndo risco. — Ele fechou o sorriso, me olhando receoso. — Eu já vivo com o cu na mão por estar deixando tu tão amostra aqui na favela — Ele confessou baixo. Olhei pra baixo, me arrependendo de ter perguntado se soubesse que ia parar nesse assunto. — Ainda mas agora que todo mundo sabe que a gente tá junto — Ele respirou fundo, logo continuando a falar. — Mas eu dou conta porque contigo ninguém mexe. Mato e morro por tu! — Ele me parou e me olhou de frente. Senti meus olhos arderem em lágrimas e não pude segurar a vontade de chorar que bateu. Comecei a chorar baixinho pelo que ele disse e o abracei, escondendo meu rosto em seu pescoço.

— Fica suave, pô! Tu tá comigo e vai ser pro resto da tua vida! — Ele disse me confortando.

𝐑𝐢𝐬𝐜𝐨 𝐌𝐚𝐥𝐚𝐧𝐝𝐫𝐨Onde histórias criam vida. Descubra agora