Dois Traficantes em Minha Vida(Romance gay)

Capítulo 3

-Loiro, eu te dou 20minutos para estar pronto.

Ele desligou a chamada, encarei o estrado da cama acima da minha e tomei coragem para me sentar, sei que o Ângelo apareceria aqui realmente nesse horário, essa semana ele fez algo parecido, ele é louco! Levantei e separei a roupa que iria usar, fui para o banheiro, tomei o mais belo banho, escovei os dentes, nesse meio tempo JP e Lucas começaram a se arrumar pro baile, meus tios ficaram na sala assistindo novela enquanto a bagunça comia solta aqui encima.

-Se tu pegou minha blusa do Chelsea vou raspar tua cabeça!

-Eu já disse que não peguei, JP.

-O JP, sua blusa desse time aí tá lá no varal, vi ela lá quando fui pegar meus tênis. -Gritei para o mesmo.

-Valeu Jader!

-Vejam só se o loirinho não tá um gato pra nossa noite dos garotos. -Encaro Ângelo na porta do quarto.

-Eu não quero sair.

-Mas você vai!

-Seus pais sabem pra onde você tá indo? -Encaro o mesmo cruzando meus braços.

-Acho que isso não vai afetar em nada, mas sim, sabem. Se arruma logo que já estou cansado de esperar.

-Tá bom, se eu não gostar a gente volta pra casa?

-Eu prometo cara, se tu não curtir a gente vaza.

Concordei com a cabeça, arrumei minha blusa branca, minha correntinha, passei perfume.

-Vamos então?

-Finalmente né irmão.

-Orra, tá um gatinho esse meu primo. -Brincou Lucas entrando no quarto.

-Também achei.

-Vamos logo pelo amor de Deus, estou quase desistindo.

-Vamos, temos que pedir o Uber quando sair da favela.

-Achei que já tivesse pedido.

-E acha que Uber sobe aqui?

Descemos as escadas, meus tios olharam pra gente com sorriso de orelha a orelha.

-Aí sim, esse aí é meu sobrinho, não engravida ninguém Jader.

-Mais fácil ele engravidar de alguém. -Sussurrou Ângelo. -Pode deixar que vou cuidar do loirinho aqui.

-Juízo viu meninos, depois vai dormir na casa do Ângelo certo?

-Isso mesmo. A gente precisa ir.

-Vão lá meninos.

Me despedi dos meus tios e saí de casa com meu amigo, ainda com receio apesar de ter já pedido para sair, ele foi me tranquilizando durante todo o trajeto, falamos várias besteiras, rindo, a gente passava ao sentido contrário de quem estava indo para o baile.

A gente já conseguia ver a avenida logo adiante, vejo um bar com alguns caras, e um certo frio na espinha me atinge.

-O que foi?

-Nada não. -Falo caminhando sem olhar para trás.

Meu amigo ficou me olhando sem entender e bom, eu não iria falar disso logo agora, assim que chegamos na avenida não demorou para achar um Uber, a viagem em si foi bem tranquila não posso negar, não tocamos no assunto do que rolou, mas a gente foi conversando com o Uber e tals, aquele medo de ser um assassino. Uma viagem de 25minutos, uhulll! Conhecendo um pouco mais de São Paulo!