Capítulo 12

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  -Ok, eu não esperava por isso. -Falo secando minhas lágrimas. -Você pedir desculpas, pedir ajuda, isso é muito bom...

-Eu nunca falaria isso pra outra pessoa, eu disse que te amava, eu não falo isso nem pra minha família.

-E falou pra mim por quê?

-Eu não quero te perder, que vá embora ou que fique com outro além de mim e desse zé mané. -Ele empurrou de leve Don que nos olhava.

-Se fuder, eu amo vocês dois. -Don se levantou e abraçou eu e Gaúcho que ficamos olhando sem entender. -Sabemos que por a gente querer você tão perto de nós por vários motivos e sabemos que não somos perfeitos, mas não queremos que você vá.

-Vocês falaram muito bonito mesmo, mas eu não quero só palavras e promessas, quero atitudes, se não querem que eu vá, melhorem, eu ajudo, mas se comportem e saibam como me tratar.

-Como assim? -Don perguntou.

-Parem de se drogar, beber e me trair principalmente. -Encaro Gaúcho.

-Nós vamos. -Eles falaram juntos.

-Isso é muito bom, mas até lá é bom não se falar por um tempo.

-Como assim um tempo? -Gaúcho me olhou sério. -E esses dias que tu tava fora serviu de que?

-Os dois dias de tormenta que estive fora? -Digo com um leve deboche olhando em seus belhos olhos azuis gelados.

-Tá a gente já entendeu. -Sorri de canto ouvindo Don. -A gente vai mudar, mas não fica com mais ninguém tá?

-Fala isso pro Gaúcho. -Ele me olhou assustado e eu ri dando de ombros. -Preciso ir para casa, ter uma manhã de descanso.

-Porra, eu não vou ficar com ninguém não, mas tu também não vais ou eu vou estourar a cabeça dele.

-Ok, vou nessa. -Levanto olhando os dois.

-Tá, nem um beijo de tchau a gente tá merecendo? -Dominique fez aquela carinha dele que quase me convenceu, mas hoje é não.

-Não.

Me levantei e fui até minha mochila no canto da sala, e saí da casa deixando os dois sozinhos, por mais que eu saiba que sinto algo por eles, eu não vou voltar com eles fácil assim, principalmente com o Gaúcho.

Foi uma caminhada cansativa, meu corpo finalmente estava sofrendo as consequências de ter tido uma noite acordado, todo esse estresse...O pobre do Mateo, acabei sendo um babaca com ele, mas ele merece alguém que esteja disponível sentimentalmente para ele, que vai realmente amar ele. Eu deveria mandar uma mensagem? Ligar? Acho que agora não é um bom momento para isso.

Assim que cheguei em casa meus tios estavam tomando café da manhã, claramente eles estranharam eu estar de volta, era para voltar sexta ou sábado.

-Olha lá, não conseguiu dormir fora de casa, até voltou mais cedo. -Meu tio falou brincando.

-Tá tudo bem meu amor? -Minha tia me questionou com sua caneca em mãos.

-Tá, é, tá, só vou para o quarto dormir um pouco, depois a gente conversa, tudo bem. -Bocejo já indo em direção das escadas.

Subi indo para o quarto que divido com Lucas, ele ainda estava dormindo, só joguei minha mochila no canto, me deitei e senti finalmente o meu corpo relaxar, finalmente, mas por mais que meus olhos estejam fechados e querendo descansar, meu corpo ficou na tensão de se recordar do que veio acontecendo nos últimos dias, e o que eu poderia ter feito diferente, tudo tão confuso, tudo tem sido assim, se tornando rotina. Fiquei nesse modo por mais algum tempo, até finalmente dormir, conseguir relaxar e descansar por completo.

Dois Traficantes em Minha Vida(Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora