Capítulo 5

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-Meus tios vão ficar putos de eu estar saindo em plena segunda.

-O importante é beber ao ponto de esquecer o que a gente fez de errado, garanto que o esporro nem vai ser ouvido por tu.

-Concordo com o Ângelo, loirinho, bora beber, só vamos ter 18 anos agora.

-SÓ SE VIVE UMA VEZ!

-Menos senhor Ângelo. -A professora repreendeu o mesmo.

-Desculpa!

-Tá, mas aonde nós vamos?

-Deixa comigo, sei de um lugar maneiro na capital.

O sinal tocou e fomos para o intervalo, a gente sentou em uma das mesas que pegam sol para discutir sobre o que a gente iria fazer. Abaixei a cabeça pelo sol estar me deixando quase cego.

-O Marcello topou ir, Amanda também! -Natasha gritou alto o suficiente me fazendo erguer a cabeça.

-Quem?

-Eles são amigos, são do outro terceiro.

-A, entendi. -Que legal, conhecer gente nova- Tenho que falar com meus tios ainda.

-Acho que eles não vão ver problema nenhum, suas notas estão ótimas.

-Até pode ser, mas é segunda! Me falem logo aonde vocês querem ir.

-Você vai ver, relaxa essa cabeça. -Ângelo disse acariciando meus cabelos.

-Para de fazer carinho assim em mim, não sou cachorro.

-Tá de TPM, certeza, quer um absorvente emprestado?

Apenas mostrei o dedo do meio para ela.

-Tadinho, deixa ele, pecado.

A discussão continuou, eu iria ter que sair em plena segunda-feira, conhecer gente nova! O sinal tocou e voltamos para a sala, faltava ainda duas aulas para a gente ir embora. Na hora de sair foi como sempre, Lucas me esperou para a gente voltar juntos para casa, fui contando sobre sair e ele estava muito mais animado do que eu, como é possível eles terem esse pique todo?

Bom, meus tios acharam melhor eu ficar em casa, que não deveria sair por ser segunda e eu estar saindo muito, o que eu entendo por completo, o que eu não esperava era que Natasha convencesse minha tia deixar eu ir lá para ''estudar'', bom ela deixou e posso dizer que foi uma tarde bem divertida, conheci Amanda e Marcello, super legais! Bebemos, comemos muitas besteiras e jogamos papo fora, falamos sobre como iria ser nossa vida depois da escola e tudo mais, eu vivi um pouco como alguém da minha idade, não foi tocado no nome de Don e ele nem veio atrás, sabia que ele queria apenas uma noite.

Chegou a hora de ir para casa, já estava um pouco tarde, as ruas mais vazias que o normal.

-Gaúcho? -Pergunto desacreditado.

-Qual foi galeguinha, tu tá afim de tomar bala? Vaza porra! -Pela forma que ele falou claramente não estava sóbrio.

-Deixa eu te ajudar. -Me aproximo tocando em seu ombro.

-Saí porra, não sou viado não, tá maluco.

-Só deixa eu te ajudar. -Vejo que o mesmo desencosta da parede e quase caí, seguro ele por pouco. -Acha que não precisa da minha ajuda?

-Cala a boca, me leva lá no meu barraco.

-Tá bom.

Passei o braço dele entorno do meu pescoço, ele é maior e mais pesado do que eu, mas dei um jeito de carregar apesar da dificuldade.

Dois Traficantes em Minha Vida(Romance gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora