Capítulo 10

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Jade

📍 Condomínio Jardim Marapendi, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro



Meus olhos queimavam de ódio a cada vez que eu me lembrava das palavras do Paulo André, ele havia sido muito mais que duro comigo, suas palavras carregavam um tom de crueldade que não combinava com um coração como o dele. Ele havia se tornado um homem carrancudo, grosso, cruel, um verdadeiro coração de pedra e eu me sentia culpada por -em partes- ter contribuído para isso. Eu sentia que a cada vez que ele tentava disparar ofensas sobre mim era como se ele se sentisse mais leve me ofendendo. Não tem cabimento todas aquelas perguntas sobre a paternidade da Anna, ainda mais insinuar que era filha de fulano ou ciclano, ele sabe -no fundo ele sabe- que eu estava falando a verdade sobre a fiv desde o início mas fez questão de me ofender para se sentir superior. Todos esses pensamentos são dissipados na mente quando eu vejo o horário pela tela do celular, falo com Deus e decido me levantar da cama. Tomo meu banho, faço minhas higienes e vou até a Anna, hoje iríamos ao pediatra e meu coração de mãe estava apertado.


jadepicon via storie

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[...]

Quando eu pego a Anna para dar banho vejo mais manchinhas vermelhas na pele, agora no pescoço e algumas espalhadas nas costas.



Jade: Meu Deus, tem misericórdia dessa menina! Anninha, você tá sentindo alguma dorzinha, filha?



O que ela respondeu com tamanha inocência maltratou meu coração.



Anna: Nanna tá dodozinha, mamã




Jade: Não, filhinha. Você vai ficar boa, meu amor. Deve ser alguma virose, alergia... nós vamos descobrir isso no pediatra, Deus tá cuidando de tudo, meu bebê...




Anna: Mamã?


Eu olhei para ela com ternura e a pequenina estendeu seus bracinhos em minha direção


Anna: Nanna ama voxê



Sim, eu chorei. Chorei pelas manchinhas na pele da Anna -só quem é mãe vai entender-, chorei pela Maya e que por -talvez- nossa reaproximação dê mais trabalho do que eu estava imaginando, chorei pelo Paulo André, chorei pelo fato de nem a Nina -que era minha melhor amiga- estar dando muita importância para a minha volta ao Brasil, chorei até pelas piadas que meu pai me dar constantemente.



Anna: Mamã não chôia, Nanna não gôta de mamã chôiando




Ela, agarrada no meu rosto, tentava limpar as lágrimas e eu sorria a enchendo de beijos.



Jade: Mamãe tá chorando de emoção, meu amor. A mamãe te ama muito, Anninha. Muito, muito, muito...



Vesti a roupinha de Anna, dei a mamadeira e nenhum santo fazia a Anna aceitar seu café da manhã. Lutei por quase meia hora e nada de Anna aceitar. Eu estava exausta e já dava vontade de chorar de novo.


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