Capítulo 40

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Jade

📍Condomínio Jardim Marapendi, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.


Eu olhava para o avião no céu com aquela faixa reluzente ao mesmo tempo que olhava para o Paulo André com aquele sorriso de canto nos lábios que me deixava fraca, olhei para a Anna que esfregava sua naninha no rosto e morri de dó das inúmeras tentativas frustradas que já tive para lhe proporcionar um sono tranquilo. Ajeitei minha pequena no meu colo, me olhei no espelho para garantir que minha camisola não estava vulgar e desci a passos apressados para o jardim.



Eu estava me sentindo uma adolescente vivendo o primeiro amor, cada passo que eu dava na direção do Paulo André meu coração batia mais forte parecendo não acreditar no que esse maluco havia aprontado, eu já presenciei milhares de declarações românticas nesses anos que passei por Hollywood, mas a minha vida real-de camisola, com um bebê nos braços, cabelos esvoaçantes, descalça e tudo isso no meio do jardim de casa- parecia muito mais encantadora do que a que eu via nos filmes...



Parei de frente para ele e olhei bem no fundo dos seus olhos castanhos que, sob a luz, são ainda mais bonitos.


Jade: Você é maluco?


Disse com um sorriso abobalhado.




PA: Maluco por você!



Ok, isso foi previsível demais, mas mesmo assim não me segurei, mordi os lábios e, de longe, vi a Maya nos olhando com um sorrisinho enorme, como ela sempre fazia, envolvi minha mão esquerda no seu pescoço, fiquei na pontinha dos pés e selei meus lábios com os dele, se existe o paraíso na Terra, o meu -sem dúvidas- é nos braços do meu amor...




Faltou o fôlego, o beijo cessou, fiquei um pouco corada ao olhar para os lados e ver que todos ali nos fitavam com um sorriso no rosto, não sei se falso ou verdadeiro, não vou adentrar nesse aspecto, isso vai do coração de cada um e somente Deus conhece...


Mas apenas uma pessoa eu não precisava ver o coração para saber que é verdadeiro até o fundo da alma: nossa filha Maya. Olhar para ela e ver seus olhinhos brilhando me fazia entrar em êxtase e eu sei que o André também ficava desse jeito, era apenas olhar para sua carinha abobalhada em direção a nossa filha, Maya correu para nós e nos deu um abraço apertado, a Anna acordou e resmungou, mas logo eu a ajeitei no meu ombro e ela voltou a dormir serenamente, a mais velha sorriu da irmã e ensaiou pegá-la nos braços.



Maya: Me dá ela aqui, mamãe! Vai curtir a surpresa do seu noivo sem esse bichinho preguiça no seu pé, vai!


Me deu uma piscadela! Essa minha filha, definitivamente, não existe! Ela pegou a irmã do meu colo que quando percebeu que foi para o colo da sua "Aya" logo deu um sorrisinho de canto e se ajeitou nos braços da Maya. Eu e o André sorrimos e ele deu um beijo na cabecinha da Anna, em seguida, outro beijo na testa da Maya, ela sorriu e pediu a bênção ao pai. Eu achei aquilo tão fofo que queria morrer de amores por ela!



Maya: Eu vou subir e vou levar a Anna para o meu quarto, nós vamos dormir agarradinhas, prometo dar conta da neném! E os pombinhos podem ter um pouco de sossego! Mamãe, esse seu noivo é o puro suco do romantismo, nem eu tô acreditando até agora nessa faixa linda no céu, uauuuu! A bênção, papai?


Segurou a mão do pai e a beijou logo em seguida, o André fez o mesmo e abençoou a cabeça dela.


PA: Deus te abençoe, minha pretinha! Boa noite! Te amo!


Maya: Também te amo!


Jogou beijo para ele. Esse, parecia ser, o ritual de todas as noites entre eles, esperei que ela me pedisse a bênção também, mas como não veio, também não fiquei mexida. Tudo no seu tempo, obviamente!



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