IX - A Todos Os Amores Divinos

52 8 0
                                    

SUNGHOON

Já ouvi muito se falar sobre o amor, em como é bom amar e em como é bom ser amado. E não nego nenhuma dessas informações. Porque a verdade é que nem todo mundo tem coragem de amar. Porque é divino.

Não tive os melhores exemplos de como se amar. Meu pai abandonou minha mãe, Yuna e a mim quando éramos ainda crianças, e enquanto ela estava com meu pai ela tinha um caso com o Jeon, quem ama trai? Acho que não.

O melhor exemplo que tive por mais que me corroa admitir, é o amor que o Jeon tinha pela minha mãe. Mesmo ele sabendo que ela não iria abandonar meu pai, ele continuou com ela, e mesmo após a morte dela, ele continuou a minha criação junto com a da Yuna.

Então amar pra mim, não é uma desgraça, assim como muitos acham, mas é divino.

Divino é, uma coisa esplêndida, linda, uma misericórdia divina.

E nada, absolutamente nada, consegue definir o que o amor é pra mim além dessas palavras.

Já amei alguém, ou eu amo alguém, não sei bem explicar isso direito.

Pra mim falar sobre isso é complicado, ainda mais quando se leva a vida do jeito que a minha família leva.

Ninguém, ninguém mesmo sabe sobre isso, apenas eu...e Jake.

Conheci ele no fundamental, eu era um pirralho idiota que se achava por ter um pai mafioso. Estou falando que era idiota.

Com o tempo percebi que isso não era uma benção divina, mas sim uma maldição.

Naquela época Jake era da mesma sala que eu, e eu o importunava todo dia, literalmente todo dia. Mas só queria a atenção dele.

Ele era o melhor aluno de toda escola, então ele era conhecido como um nerd, e ele era.

Vendo agora, percebo que gostei dele desde a primeira vez que o vi, só não sabia o que era aquele sentimento.

Gostava de quando ele tirava a atenção da aula só pra me repreender, gostava quando ele revidava minhas brincadeiras, gostava de ouvir a voz dele, e gostava de ver o seu sorriso quando dizia algo idiota mas ele ria, então fazia total sentido.

Ele era o lar a qual eu queria voltar toda vez que chegava em casa.

Porque era assim como eu via o amor, como um lugar a qual eu estava seguro de tudo e todos.

Quando estávamos no décimo ano havia colocado na minha cabeça que não deixaria aquele garoto escapar pelas minhas mãos por nada nessa vida, então confessei meus sentimentos por ele. Talvez de uma forma diferente do normal, mas o que realmente importa é que ele entendeu.

Foi na ilha de Jeju. Me recordo que ele usava uma blusa branca e bermuda azul, um azul bem escuro, quase preto.

E ele estava lindo, mesmo estando como sempre. Acho que o nunca vi tão lindo na minha vida, e eu guardo na minha memória aqueles momentos até hoje.

"Você acha isso certo?" Ele tinha me perguntado isso logo após eu tê-lo beijado. Mas, na real, eu estava pouco me fudendo se aquilo era certo ou errado, eu ficaria com ele não importasse o que acontecesse.

Minha resposta havia calado todas as perguntas e dúvidas que ele tinha sobre o que estava acontecendo.

"Você acha que vamos viver em paz se não for?"

Apenas isso.

A nossa vida já é um mar de coisas ruins acontecendo toda hora a todo momento, então, nos meus pensamentos, eu deveria ser feliz com quem eu quisesse.

THE GOLD SOCIETY - SunsunOnde histórias criam vida. Descubra agora