Seven

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Quanto tempo é o suficiente para superar um relacionamento? Essa é a pergunta que anda rondando minha mente. Eu não voltei a ver Anthony depois daquele fatídico dia, não por não querer, mas porque imaginei que ele precisasse de um tempo para... não sei, superar? Digerir todas a situação?

Eu nunca tive que superar nenhum relacionamento, a verdade é que nunca me envolvi assim com alguém... tive transas, sim. Mas nada com o envolvimento emocional que parece ter sido o caso dele. O mais próximo disso, é o que tenho com Christine, que é apenas uma boa amiga.

Estou há alguns minutos parado do lado de fora de sua mansão, criando coragem para ir até lá. Não que eu esteja duvidando, tomei minha decisão no instante em que apareci para ele, só não quero que ele se sinta perseguido ou que tenha medo de mim.

É estranho como, apesar de não nos conhecermos, sua simples presença se mostrou algo a se ansiar. Sempre foi algo que desejei, mas depois de o ver nessa nova fase o desejo aumentou de uma forma diferente.

Eu poderia dizer que tem a ver com o fato de sermos almas gêmeas, mas não parece o caso, porque não é assim com ele. Toda essa coisa é simplesmente diferente.

Volto a olhar para a entrada ao perceber certo movimento; um homem saindo da casa, não é o primeiro que vejo nos poucos minutos que estou aqui.

Saio do carro e caminho até o homem que acabara de sair.

- Boa tarde - Cumprimento, me aproximando, mantenho a atenção na entrada - Sabe me dizer o que está acontecendo aqui? Vi alguns homens entrando e saindo com frequência. - Ele me analisa por uns instantes antes de resolver me responder.

- Boa tarde. - Cumprimenta - Também está aqui para ver a casa? Vejo que a casa tem mais pretendentes que uma mulher bonita. - Evitei por pouco revirar os olhos com a comparação ridícula - Se bem que talvez a maioria desses "compradores" não estejam realmente interessados na casa. - Ele me olha de cima abaixo novamente - Você com certeza não parece o tipo que está interessado na casa. - A implicação de suas palavras é simplesmente nojenta.

Não o respondo ao escutar aquilo, sinto que sou capaz de socá-lo se continuar ouvindo aquela merda. Ao invés disse caminho em direção a casa, não hesito mais e logo começo ouvir vozes, parece estar vindo da entrada.

- É sério, Tony? Até quando vai ficar usando a roupa do Rogers? - Escuto a voz de um homem com sotaque, é quase imperceptível, mas ainda presente.

- Estou seguindo os estágios do luto! - Ouço a voz do garoto que tem invadido meus pensamentos há muito tempo, parecem estar em frente à porta.

- Há uma semana? Charles e eu podemos te ajudar a superar isso, sabe que sempre estaremos aqui para você. É para isso que voltamos da nossa lua de mel mais cedo. - Anthony bufa.

- Essa é uma camisa confortável, querido... eu não posso fazer nada sobre isso. Juro que não é por causa dele.

- Olá? - Chamo, meio incerto, chamando suas atenções para mim, ambos se viram rápido e me olham surpresos. Estágios diferentes de surpresa, claro.

Tony está segurando um gato preto em seu colo, vestindo uma camisa branca um pouco grande. Talvez seja por isso que o cara da entrada insinuou aquela estupidez, o que não faz com que seja menos nojenta.

- O que faz aqui? - Perguntou Tony, apertando o gato contra si, enquanto o outro homem dizia: "As visitas acabaram, volte outra hora." Logo se virando para Tony com uma sombrancelha arqueada.

- Ele é um comprador ou um jeito de esquecer Rogers? - Pergunta, estremecendo ao levar uma cotovelada.

- Cala boca... - Retrucou, antes de se virar para mim - Eu não esperava te ver tão cedo... na verdade, não esperava ver nunca mais. - Não posso dizer que parece feliz em me ver, ainda assim

Soulmates?² - Ironstrange Onde histórias criam vida. Descubra agora