The Chef's Choice

Purple Hearts *EM EDIÇÃO ORTOGRÁFICA*

Eu acordei muito depois das 9 da manhã, sozinha na cama, fiquei um pouco decepcionada como sempre fico ao acordar sozinha, não faz mais parte da minha realidade, mas Kate sempre fez isso quando eu estava num sono pesado e tive um dia cheio. Ela me deixaria dormir enquanto eu quisesse e lidaria com as burocracias da vida pra mim. Se dependesse dela, eu dormiria sempre que eu bocejava. Ela ama que eu descanse, ama se aconchegar comigo para dormir. E ama mais do que tudo se formos eu ela e Levi numa soneca. Então ela sabe quando minha bateria precisa de recarga e me deixa sem sexo matinal. Tão chato. Ela acorda cedo como todos os dias... temos um menino que precisa ser cuidado, mas ela faz de tudo para voltar e ter mais uma hora na cama comigo.

Eu realmente estou cansada, poderia ainda dormir mais, mas eu estou com fome e posso ou não ter acordado com saudades dos meus amores. É sábado... eles não percebem que poderíamos dormir até o meio dia?

Ela sabe que sim... ela percebia tudo, mas ela sabe muito bem agora a importância de aproveitar mais o dia. Eu tenho brincado que ela está cada dia mais parecida com Clint e que ela se comporta como um aposentado em muitos níveis.

Eu sei que isso é importante para nós que eu descanse, principalmente porque ela sabe que eu sou focada no restaurante e que tenho metas diárias específicas e gosto de cumpri-las à risca. Ontem eu trabalhei das 7 da manhã até às 9 da noite para cobrir dois grandes agendamentos. Parando apenas para comida e banheiro, sem sonecas, sem cervejas, sem tempo para subir e ter amor com minha família, nada de descanso, ontem foi um dia complicado, mas hoje é sábado, é dia de descanso, é pedir demais que eles estivessem na cama comigo?

Depois que Kate e Natasha apareceram e eram constantemente vistas no restaurante, o movimento saltou de um lugar intimista para filas na porta e muitos agendamentos. Eu não estou reclamando nem nada, mas tudo mudou e muito. As questões de demanda, oferta e procura entraram num novo patamar. Eu estou orgulhosa de estar conseguindo manter o padrão, essa sempre será minha meta principal no Belova's.

Eu fiquei uns minutos ainda deitada, muito confortável, despreocupada porque hoje era o dia que Natasha cuidaria do que surgisse lá embaixo junto com Sônia. Era bom relaxar na certeza de que tudo seria resolvido com preocupações tão ou mais rigorosas que as minhas.

Depois que Kate chegou eu passei a guardar mais dos finais de semana para ficar com eles em casa. Principalmente depois das últimas crises que tivemos. Eu preciso estar com minha família para não perder momentos. Eu preciso aproveitar mais de Levi, ele está crescendo tão rápido, cada dia mais esperto, o nível de conversa se elevando a cada novo assunto que ele se apropria... Eu levantei preguiçosa ainda pensando no meu menino, arrumei o quarto, tive um bom banho pensando na minha mulher, para depois me arrumar e sair do quarto para procurar meus dois amores.

O apartamento estava silencioso. Não os encontrei e vi o bilhete no balcão com a letra de Levi dizendo que foram levar Lucky ao banheiro. Provavelmente estavam em um de seus passeios de sempre em volta do bairro. Se tinha outro alguém que se comportava ainda mais como um aposentado, era meu filho. Ele até mesmo conseguiu uma boina feia que ele disse que o faz parecer um homem antigo. Onde diabos ele aprende essas coisas?! Eu não sei... Kate disse que também não sabe... então optamos por apoiar.

Eles eram corujas madrugadoras, estavam sempre já em atividade desde das 6 da manhã como um par de idosos, ela faz café com leite para ele e pãozinho assado na hora, ele ama isso. Ele estava começando a apreciar café de verdade, então arrumamos alguma marca descafeinada porque não somos loucas de dar cafeína a Levi e nos arriscarmos a ele não dormir nunca mais, o ponto é... eles agora tomam café juntos, todas as manhãs olhando para o bom tempo, mãozinhas na cintura e tudo, eles tinham pequenos luxos por acordar cedo... mas eu nem de longe os invejo.