Aparando Arestas *EM EDIÇÃO ORTOGRÁFICA*

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Todo esse livro, foi pensado inicialmente baseando minha ideia em meu amor pela Divina Comédia de Dante Alighieri, em diversos momentos de todos os capítulos, eu tentei transmitir a loucura dos personagens como um fator de edificação... Elas estão amadurecendo e então em alguns capítulos específicos como esse, eu gosto de trazer algum trecho que me levou pela mão nisso.




Por mim se vai à cidade do lamento, Por mim se vai ao eterno sofrimento, Por mim se vai entre a gente perdida...

(...)

Diante de mim, não foram criadas coisas a não ser eternas, e eterno eu duro. Deixai toda a esperança, ó vós que entrais.

O trecho é uma tradução aproximada de:

"Inferno"(Canto III, linhas 95-96):

"Per me si va ne la città dolente, per me si va ne l'etterno dolore, per me si va tra la perduta gente."

(...)

"Dinanzi a me, non fuor cose createse non etterne, e io etterno duro.

Lasciate ogne speranza, voi ch'intrate."

Essa inscrição é uma referência à porta do Inferno, que representa o começo da jornada de Dante por este reino sombrio. Através dessa porta, ele e Virgílio entrarão no caminho sinistro e perigoso para testemunhar o castigo dos pecadores.

A frase "Lasciate ogne speranza, voi ch'intrate" ("Deixai toda a esperança, ó vós que entrais") é uma advertência para aqueles que se aventuram no Inferno: uma vez que entram, não há esperança de escapar ou encontrar alívio do sofrimento eterno que testemunharão.

Esse é o capítulo de Kate defendendo seu paraíso particular... e é uma metáfora perfeita de porque em diversos momentos o Inferno parece mais agradável e mais receptivo com Kate do que o próprio paraíso...

Minhas dúvidas giram em torno de... O inferno realmente fez de Kate alguém ruim ou a edificou? Por ter conhecido as coisas ruins... ela realmente se tornou alguém ruim? Por nos domarmos... somos realmente bons? Ou somente quando somos livres e agimos de acordo com o que acreditamos é que encontramos o paraíso?

Muito pra pensar, certo?

O ponto é... Certos lugares são melhor conhecidos e apreciados quando você tem uma visita com um nativo... Vamos deixar Kate levar alguns convidados para passear...

Eu só estou matracando como sempre... Já diria o poeta... "Quem me conhece, sabe..." Brincadeira... Bora ler mais dessa loucura...


*




Quando eu passei pelas portas da minha cobertura depois de meses, quase um ano, não foi como eu esperava, eu já imaginei várias vezes que um dia eu, Yelena e Levi viéssemos morar aqui, que teríamos o novo espaço como um local de novas memórias.

Eu mostraria meu quarto, todas as minhas coisas, o quarto que fiz para Natasha, tudo o que me deu a sensação de lar, eu mostraria minha cozinha que eu mesma pensei e organizei... Eu mostraria para Yelena e Levi como se fosse a casa deles também, eu ensinaria Levi a usar o meu fogão especial ali, com segurança, seria tudo lindo e maravilhoso. Foi aqui que eu comecei a me tornar a pessoa que somente eles têm acesso. Era o local que eu queria que fosse um lar para eles.

Mas agora eu estava vindo aqui para torturar um homem, um que ousou tocar minha mulher, ousou ameaçar o sonho da vida dela, ameaçou manipular meu filho. Eu estava aqui por uma assinatura que garantiria um futuro em qualquer outro lugar, e que talvez jamais pudesse ser aqui.

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