Quem é aquela garota?*

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"Entre tudo o que te ensinei, desde que cruzamos a porta cujos umbrais ninguém recusa, nada que tenhas visto é mais notável do que o rio corrente que as chamas apagam antes de tocá-lo."

*

O que porra foi aquilo?

Seu rosto era completamente desconhecido para mim. Ela tinha uma voz perfeita, que pensei já ter ouvido antes. Ela era uma cantora iniciante com delírios de grandeza? Ela definitivamente parecia pensar que era famosa, somente algo assim para justificar toda aquela arrogância. Eu não estava preocupada com o quão importante algumas celebridades pensavam que eram.

Eu nunca reagi nem aos ídolos da minha profissão. Estive na presença de alguns grandes chefs da minha época, estive junto dos chefs mais importantes da atualidade, eu sabia como me manter sob controle e permanecer profissional. Eu os admirava por suas habilidades e realizações, não havia nada para me preocupar em relação ao quão importantes eles pensavam que eram ou suas vidas pessoais.

Certamente trabalhei com alguns dos chefs que admirava.

Ina Gardner, Alex Guarnaschelli, Bobby Flay, Robert Irvine, Clint Barton e bem, minha própria irmã... Natasha Romanoff .

A minha irmã foi o meu modelo de tudo o que eu queria ser como Chef. Ela é a melhor chef que conheci, especializada em cozinha saudável, conhece o mundo inteiro como a porra de um diplomata ou como uma agente secreta, isso era o quanto ela é grande. Eu me especializei em comida de conforto, regionalidades e receitas tradicionais, misturas culturais e comida cosmopolita. Éramos opostos que se complementam.

Natasha e eu crescemos na Rússia, vivemos os primeiros anos de nossas vidas em um orfanato, até sermos adotadas por uma senhora bondosa que parecia conhecer o mundo inteiro pelo fundo de suas panelas. Ela nos mostrou tudo o que precisávamos para amar cozinhar. Minha irmã e eu aprendemos a cozinhar em uma cozinha simples, vendo babushka criar sabores e cheiros, descobrindo o agridoce, maravilhando-nos com a simplicidade, oferecendo ótimas refeições em família e tendo prazer em servir e alimentar nosso povo.

Na hora de escolher uma profissão, a escolha foi simplesmente fácil. Influenciada pela nossa criação e pela minha aptidão para cozinhar o que diabos pudesse ser cozinhado, eu sabia que o meu futuro estava traçado, mas gostaria de aprender mais e aprofundar os meus conhecimentos.

Eu precisava estudar, precisava estar em cozinhas grandes e importantes, porra, eu lavaria louça de um serviço inteiro sozinha para os maiores chefs só para ter a oportunidade de me acostumar com o andamento de uma grande cozinha. Eu lavaria louça e ouviria as conversas, os truques, os segredos, tudo enquanto eu pensava no meu futuro. Eu queria tudo, queria aprender a cozinhar toda a comida do mundo se fosse possível.

E então eu fiz tudo isso. Trabalhei em pequenos restaurantes na Rússia, juntei todo o dinheiro que pude, aprendi técnicas de culinária, panificação e confeitaria. Bebi de qualquer fonte possível que me levasse a entender todos os processos que envolviam o cozimento de qualquer alimento.

Matriculei-me nas principais escolas de culinária do mundo, sendo aceita primeiro no Le Cordon Bleu em Paris, um sonho para qualquer chef. Eu estava imersa na Alta Cozinha , atendendo os públicos mais exigentes do mundo, vivendo o melhor que qualquer Chef em ascensão poderia desejar.

Mas eu queria ainda mais, conhecer outras culturas, conhecer novos países, novas cozinhas, novos mundos. Queria admirar o trabalho de outros chefs, assimilar ainda mais técnicas, imitar os dotes culinários, queria tudo, por isso decidi continuar a candidatar-me às grandes escolas sempre que possível.

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