Crazy*

145 16 35
                                    


Música do título:

"What can I do, honey?
I feel like the color blue...
You're packing up your stuff
and talking like it's tough
and trying to tell me
that it's time to go, yeah!
But, I know you ain't wearin'
nothing underneath that over coat
And it's all a show, yeah!"



Notes:

Agora vamos com gosto. Vamos ter paz e começar a rir.



Existe algo chamado plano
e algo chamado logística,
eles nem sempre funcionam juntos.




*



A conversa sobre ela estar às minhas vistas tornou-se muito mais complicada do que eu somente a ameaçando com escolta e cuidados.


Realisticamente eu e Kate não nos conhecíamos, ao menos não no dia a dia, eu e ela conversamos pouco agora no hospital, sempre havia pessoas em volta, ela sempre teria seus " dates com as enfermeiras" como ela dizia, mas era isso, contato raso, um contato simples que era mais estreitado nas noites que eu dormia aqui, mas era tudo simples e inocente. Ela dormiria boa parte do dia e a noite inteira. Eram poucas horas acordada divididas entre todos nós, agora a família era grande demais pro meu gosto, muita gente pra dividir a atenção dela.


Parecia que eu estava aqui no hospital por anos, eram somente um pouco mais de 3 meses, ela precisou ficar aqui por mais tempo, realmente foi um golpe duro para todo o corpo dela, ela teve o cérebro afetado pelo tempo que ficou sem respirar corretamente, teve que fazer um trabalho respiratório para poder sair do respirador que havia sido colocado nela durante o coma, todas as pequenas mortes do jeito ruim foram definidores para a gravidade do que ela passou, e ela precisou fazer toda uma reabilitação e fisioterapia para recuperar seus movimentos básicos como segurar talheres por exemplo. Tudo agora seria diferente para ela, ela precisava ainda percorrer um longo caminho para ter de volta seu corpo como antes, mas ela estava se esforçando e eu acompanhava tudo de perto.


Eu estava preocupada com tudo sobre ela, eu também tive preocupações para testá-la sobre outras doenças, diabetes, hipertensão, ou como por exemplos doenças sexualmente transmissíveis, eu me expus sem me dar conta disso, mas depois de alguns exames tudo estava bem, ela estava limpa e eu também, Natasha me assegurou que Kate sempre foi cuidadosa e que nessas festas ela exigia que todos fossem limpos também, eu estava aliviada, era algo que visivelmente ela estava bem, e eu não vi sinais físicos ao tê-la, mas esse tipo de doença não tem sempre um rosto ou sinais, era bom tirar isso do caminho.


Foi só difícil, ela foi comprometida tão seriamente, não havia um meio termo, ela poderia ter morrido, de fato morreu, e foi trazida de volta com muitas sequelas, e para evitar novos colapsos, ela ficou internada, eu não queria que ela saísse enquanto não tivéssemos a certeza de que o pior já passou.


Durante nossas "férias de hospital" como ela costumava chamar nosso período aqui perdemos todos os feriados de final de ano e todo drama relacionado a isso, eu gostaria de ter esses dias com ela, para que ela tivesse bons momentos, entendesse o que seria a vida dela a partir de agora e por isso fizemos tudo simples e mesmo no quarto do hospital, foi íntimo e simples, trocamos presentes significativos, pudemos ter um bom jantar contrabandeado para dentro do hospital graças aos contatos de Natasha, e isso tudo cobria o território da nova configuração de família que eu queria criar para todos nós.

The Chef's ChoiceOnde histórias criam vida. Descubra agora