O Peso da Solidão

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Caius foi criado sabendo a verdade sobre sua origem. Desde cedo, Abigail e Emeric, seus pais adotivos, nunca lhe esconderam a história sombria que o cercava.

Essa consciência pesava sobre ele, transformando-o num homem do bem, mas também o levava a se fechar para o mundo. Mesmo com uma grande família ao seu redor, Caius ainda se sentia solitário, uma solidão que se aprofundava mesmo na presença constante de seus irmãos adotivos, Damien, Eloíse e Liam.

A maldição que corria em seu sangue lançava uma sombra escura sobre sua vida. Caius carregava consigo o fardo de um destino incerto, um legado de sofrimento que o fazia afastar-se das pessoas e construir uma barreira ao seu redor. 

Mesmo com o amor e o apoio de sua família, ele se sentia isolado, incapaz de compartilhar plenamente suas emoções e temores.

Caius vivia com um temor constante em seu coração: o medo de se apaixonar e trazer ao mundo um herdeiro da maldição que assombrava sua linhagem. Essa preocupação o mantinha distante de todos na aldeia, exceto de sua amada família.

Envolto em sua solidão, Caius erguia uma barreira invisível ao seu redor, protegendo-se do amor e do vínculo que poderiam resultar em consequências indesejadas.

Seus irmãos adotivos eram a âncora que o mantinha conectado à realidade. Eles estavam sempre ao seu lado, prontos para ouvi-lo e apoiá-lo em seus momentos de angústia. Damien, com sua personalidade calma e pacífica, era um ouvinte atento e um ombro amigo. Eloíse, com sua força e determinação, inspirava-o a enfrentar os desafios com coragem. Liam, com seu espírito alegre e brincalhão, trazia um pouco de leveza aos dias sombrios de Caius.

Mesmo que a solidão persistisse, Caius encontrava conforto na presença de seus irmãos adotivos. 

No entanto, as coisas tomaram um rumo sombrio quando Caius sofreu a perda de seus pais, os únicos que o haviam acolhido e amado incondicionalmente desde a infância. Anos mais tarde, a tristeza e a dor voltaram a atingi-lo quando seus irmãos adotivos, seus confidentes e companheiros de vida, também partiram deste mundo.

O bruxo testemunhou, impotente, a inevitabilidade do envelhecimento e da mortalidade dos bruxos, mesmo que o tempo passasse mais lentamente para eles do que para os humanos.

Apesar das perdas devastadoras, Caius permaneceu na casa que um dia foi o lar de seus pais, rodeado pelas lembranças de uma vida repleta de amor e carinho. De tempos em tempos, ele fazia visitas a seus parentes, descendentes de seus pais adotivos, buscando conforto na presença daqueles que compartilhavam seu legado familiar. Nessas ocasiões, Caius se conectava com a história de sua família, transmitindo suas memórias e experiências para as gerações futuras, mantendo vivo o legado que seus pais lhe deixaram.

Apesar das perdas devastadoras, Caius permaneceu na casa que um dia foi o lar de seus pais, rodeado pelas lembranças de uma vida repleta de amor e carinho.

De tempos em tempos, ele fazia visitas a seus parentes, descendentes de seus pais adotivos, buscando conforto na presença daqueles que compartilhavam seu legado familiar. Nessas ocasiões, Caius se conectava com a história de sua família, transmitindo suas memórias e experiências para as gerações futuras, mantendo vivo o legado que seus pais lhe deixaram.

Com o passar dos séculos, Caius atingiu uma idade impressionante de 348 anos, mas aparentava ter pouco mais de 25. Seu corpo, preservado pela magia que fluía em suas veias, mantinha a juventude e a vitalidade de um bruxo.

Mas, por trás da aparência jovem e radiante, ele carregava o peso da perda e da solidão que a imortalidade trazia consigo.

Quando a sensação de sufocamento se tornava insuportável, Caius buscava refúgio nos bares das aldeias próximas.

Ali, ele se entregava ao álcool, buscando afogar as dores e os tormentos que o assombravam. A bebida fluía por sua garganta, e ele se permitia perder-se em um mundo de esquecimento, onde por um instante tudo se dissipava.

Ao despertar em camas desconhecidas, ao lado de meretrizes que compartilharam a noite com ele, Caius se deparava com o vazio que persistia, apesar de suas tentativas desesperadas de fugir da realidade.

Ele era incapaz de se entregar à mesma companhia por mais de uma noite, temeroso de criar laços que poderiam trazer consequências indesejadas. Caius tomava todas as precauções para evitar qualquer possibilidade de engravidar uma dessas mulheres, ciente do fardo que carregava consigo.

No entanto, não importava com quantas mulheres ele compartilhasse sua cama ou quanta bebida ele consumisse, o vazio que o atormentava persistia no dia seguinte, sufocando-o implacavelmente.

Era uma dor que nenhum prazer momentâneo ou esquecimento fugaz poderia aliviar. O vazio se manifestava como um eco constante em sua alma, lembrando-o de sua solidão e do peso de sua maldição.

Era uma batalha interna que ele travava, em busca de um sentido maior para sua existência e de um propósito que preenchesse o vazio que o consumia. E enquanto ele continuava sua jornada solitária, Caius ansiava por encontrar algo ou alguém que pudesse oferecer-lhe uma luz de esperança em meio à escuridão que o envolvia.

Herdeiros do Destino - Contos de AranthiaOnde histórias criam vida. Descubra agora