Zion adentrou o sombrio reino de Abaddon, um lugar onde a escuridão imperava e a dor era como uma névoa palpável.
Ele respirou profundamente, inalando o aroma de enxofre que permeava o ar do reino. O cheiro pungente invadiu suas narinas, trazendo à tona sensações de desconforto e náusea, mas ele seguiu em frente mesmo assim.
A escuridão que o cercava parecia palpável, como se pudesse ser tocada, e o ar estava pesado com uma energia nefasta que sussurrava em seus ouvidos.
A medida que avançava pelo sombrio reino, cada passo ecoava como um trovão nos corredores vazios, criando uma sensação de solidão e isolamento. O ambiente opressivo parecia estar se alimentando de suas próprias emoções, amplificando a raiva e o desejo de vingança que ardia dentro dele.
Finalmente, Zion alcançou o sombrio trono de sombras, onde o Príncipe Daeva se erguia majestosamente em meio a chamas dançantes. O brilho das labaredas refletia nos olhos demoníacos do Príncipe, tornando sua figura ainda mais aterrorizante e magnética ao mesmo tempo.
“Zion”, a voz profunda e sibilante do Príncipe Daeva ecoou pelo salão, envolvendo o bruxo renegado em um arrepio gélido. “Você veio buscar minha ajuda, e eu ouvi as palavras sussurradas pelo vento. Conte-me tudo sobre a traição de Anarah.”
Ao relatar os eventos que envolveram a traição de Anarah, Zion sentia uma mistura de emoções transbordar de dentro de si. A raiva queimava como brasas em suas veias, enquanto a tristeza o inundava como um mar tempestuoso.
Cada detalhe era pronunciado com intensidade, fazendo com que o Príncipe Daeva fixasse seus olhos penetrantes nele, como se estivesse lendo cada sombra de sentimento em sua alma.
Cada palavra dita carregava consigo a amargura de uma traição.
Enquanto Zion falava, o Príncipe Daeva observava, com olhos faiscantes, suas feições demoníacas, retratando um interesse sinistro. Sua mente astuta processava cada informação, traçando planos sombrios em resposta à traição cometida.
Um sorriso perverso se espalhou pelos lábios do Príncipe, enquanto ele lançava uma olhada em Zion.
“Zion, você me traz notícias deliciosas”, sussurrou o Príncipe Daeva com uma voz sinistra e cheia de prazer. “Uma traição nos próprios traidores… isso me agrada.”
A escuridão ao redor parecia se intensificar, como se o próprio Abaddon se regozijasse com a possibilidade de mais caos e sofrimento.
“Declaro que uma maldição sombria seja lançada sobre Aranthia”, proclamou o Príncipe Daeva, sua voz ecoando pelos corredores infernais. “Um herdeiro de Anarah trará o caos ao reino, abrindo todos os portais de Abaddon, incluindo aquele que permitirá a libertação dos sete Príncipes Daeva. Que a escuridão se espalhe!”
À medida que o Príncipe Daeva proferia a maldição, uma onda de trevas percorria o reino de Abaddon, como se cada palavra fosse um feitiço lançado nas entranhas da própria existência. O ar gélido se tornou ainda mais opressivo, e um vento lúgubre uivou pelos corredores infernais, como se a própria escuridão respondesse ao chamado sombrio.
O brilho das chamas dançantes ao redor do trono do Príncipe se intensificou, projetando sombras sinistras pelas paredes, e o próprio trono parecia ganhar vida, contorcendo-se como uma criatura viva em meio ao inferno.
Zion observou a cena com um brilho malévolo em seus olhos. O caos e a destruição eram como uma sinfonia doentia que ressoava em sua alma vil.
“Ah, Príncipe Daeva, você não poderia ter me dado um presente mais perfeito”, murmurou Zion, sua voz carregada de malícia e satisfação. “O reino de Aranthia está prestes a experimentar um banquete de dor e desespero. Eu me deleitarei com cada momento.”
A imagem de um herdeiro corrompido e sedento por poder enraizou-se em sua mente. Esse herdeiro, nascido das entranhas da traição, seria como um flagelo que abriria os portais do reino amaldiçoado, permitindo a libertação dos sete Príncipes Daeva. A ideia de tamanha perdição invadiu seus pensamentos, e ele quase pôde vislumbrar as entidades demoníacas rompendo as barreiras entre os mundos, inundando o reino de Aranthia com sua presença maligna.
O Príncipe Daeva sorriu, satisfeito com a resposta de seu aliado.
“Sim, Zion, você é um servo leal à escuridão. Juntos, espalharemos a ruína e a agonia por todos os reinos. Abaddon se regozijará com nosso reinado de terror.”
Ao se curvar diante do Príncipe Daeva, uma sensação de êxtase percorreu todo o seu ser. Ele sabia que a partir daquele momento, o destino de Aranthia estava irrevogavelmente traçado.
A escuridão se apossaria de tudo, trazendo à tona uma sinfonia infernal de desespero e dor.
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Herdeiros do Destino - Contos de Aranthia
Fantasi🥈 2° lugar em Contos - Fênix Concurso Literário 🥈 2° Lugar em Melhor Ortografia- Concurso Cósmico 🥉 3° Lugar em Contos - Concurso Clube de Leitura LER Adentre o reino encantado de Aranthia por meio desta coletânea de contos que promete desvendar...