cinco

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O movimento da lanchonete pela tarde não é grande, já que a maioria das pessoas estão estudando ou trabalhando.

Eu estava em completa paz, mas ela acabou assim que eu vi o cara, Michael, entrar.

Ele acenou pra Frank, mas veio direto até o balcão.

- Um ou dois? - perguntei, querendo que ele fosse embora logo.

- Agora não, vamos conversar um pouco. - ele sorriu e eu revirei os olhos.

- Não quero conversar. - cruzei os braços.

- Mas eu quero. - ele sorriu.

- Ok, se quer tanto conversar eu começo com o assunto, de onde você conhece Frank? - perguntei direto e ele riu, pra quem nem sequer sorria, ta muito engraçadinho, cade o emo punk a personificação das trevas?

- Estava estampado na sua cara desde ontem que você estava louco pra perguntar isso. - odeio quando fazem piada com a minha cara.

- Idiota. Vai responder ou não?

- Ele me encontrou em um... tempo difícil e me ajudou, ele é como um pai pra mim, na verdade ele é meu pai, adotivo, mas é. - arregalei meus olhos, mordi o interior das minhas bochechas para não perguntar mais do que devia, eu e essa minha mania de me meter na vida dos outros, eu tenho que ser menos curioso, menos intrometido na verdade. - agora mesmo está estampado na sua cara que você quer saber o que aconteceu, mas não é dessa vez que você vai saber, fica para outras conversas docinho. - bufei, como ele consegue fazer isso? Ele mal me conhece. - Frank também te considera muito, ele já falou de você pra mim. - Michael disse sorrindo. - eu já sei que seu nome é Luke, que você tem 20 anos, que sempre foi um aluno exemplar, mas que agora quer juntar dinheiro pra pagar uma boa faculdade. - ele apertou minha bochecha, mas eu dei um tapa em sua mão a afastando, odeio quando as pessoas pensam que têm uma liberdade que na verdade não têm.

- Injusto. - protestei. - eu não sei nada sobre você. - ele riu e se inclinou sobre o balcão.

- Michael Clifford, 23 anos, nunca fui um bom aluno e não tenho a minima vontade de ir pra faculdade, sim eu sou um merda, e ah, divido minha casa com mais dois amigos, acho que é só.

- Eu sei que é um merda. - dei de ombros.

- Acho que já vou querer meu cigarro. - lhe entreguei o maço e ele deixou o dinheiro em cima do balcão. - Até mais docinho. - ele sorriu e foi embora me deixando pra trás com uma interrogação na cara.

Cigarettes ** MUKEOnde histórias criam vida. Descubra agora