trinta e três

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Michael parece estranho esses dias, está agindo um tanto diferente, no começo pensei ser apenas coisa da minha cabeça, mas não é, ele realmente está estranho, depois pensei ser por conta das constantes ligações dos meus pais, mas desconfio que também não seja isso ou ele conversaria comigo. Desconfio que seja um de todos aqueles segredinhos de Michael Clifford e isso me deixa realmente magoado. Eu sei que não posso o forçar a me contar as coisas, e nem quero que seja assim entre nós dois, mas é só que ele parece tão distante, ele ainda vem me ver todo dia na lanchonete, me acompanha até em casa, mas isso é tudo, ele não pede mais pra entrar em casa, não me chama para sua casa e nem escapamos mais para a praia durante a madrugada. Isso me magoa porque estamos a tanto tempo próximos e ao invés de me deixar ajudar e entrar realmente na sua vida, Michael acaba descontando seus problemas em mim e me deixando de lado, ele se afasta como se tudo fosse se resolver sozinho e não é assim que as coisas funcionam, isso só me machuca cada vez mais.

Michael acabou de entrar na lanchonete e está vindo em minha direção, se debruçou sobre meu balcão deixando um beijo demorado em minha bochecha.

Torço o nariz pelo cheiro forte de cigarro em suas roupas, o que vem se tornando rotina mais uma vez.

- Oi docinho. - Michael sorri, mas eu noto o quão forçado é aquilo.

- Oi Mike.

- Só vim te avisar que não vou poder te acompanhar até sua casa hoje, me desculpe. - Michael realmente pareceu triste com aquilo e ele só me deixa cada vez mais confuso.

- Por quê? - pergunto um tanto decepcionado, já que isso é uma das únicas coisas que restou da nossa antiga rotina.

- Tenho que sair, mas eu juro que amanhã cedo eu vou estar aqui pra você. - Mike levou uma mão até meu rosto, acariciando minha bochecha com calma. Fecho os olhos com força sentindo que posso desabar em lagrimas a qualquer momento.

Essa história vem me angustiando já há alguns dias. Sabe quando você sente que a coisa mais preciosa da sua vida está escapando por entre seus dedos e você não sabe exatamente onde está errando? É assim que eu me sinto. Uma vontade de o ter próximo me atingiu, sai de trás do meu balcão e parei em sua frente.

- Pode me dar um abraço? - pedi pouco me importando se as pessoas estariam olhando ou não.

Michael me abraçou imediatamente, apertou meu corpo com força contra o seu soltando um suspiro pesado, nesse momento eu vi que o mesmo está tão angustiado quanto eu.

- Eu te amo Mike. - murmurei sentindo uma lagrima teimosa escorrer pela minha bochecha.

- Eu também te amo docinho. - Mike deixou um beijo casto em meus lábios e foi se afastando parecendo um tanto relutante. - Até amanhã. - disse se afastando de vez e caminhando até a saída sem esperar pela minha resposta.

Senti meu coração se apertar ainda mais. Eu estou com aquele mau pressentimento de que pareceque que o chão vai sair de baixo dos meus pés a qualquer momento e então eu vou estar em queda livre e eu espero do fundo do meu coração que eu esteja terrivelmente enganado.






______xXx______

Preparem os lencinhos :(

Cigarettes ** MUKEOnde histórias criam vida. Descubra agora