quinze

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Michael não apareceu nos últimos dias e eu realmente agradeço por isso. Não estou com a menor vontade de o ver.

Frank me disse que lhe deu uma boa bronca e se desculpou pelo o que ele fez, ele tentou explicar o lado de Michael, dizendo que ele é impulsivo, mas de qualquer maneira não estou disposto a desculpar ele, nada justifica, ele não pode sair beijando as pessoas desse jeito por ai.

Foi errado o que ele fez.

Ele literalmente destruiu o pouquinho que eu estava começando a gostar dele.

Aliviado por finalmente ter chego a hora de ir pra casa dei tchau ao Frank, peguei minha mochila e sai da lanchonete desejando me jogar na minha cama e dormir o restante da semana. Assim que sai vi Michael sentado na beira da calçada, tentei passar despercebido, mas pouco depois ele estava andando ao meu lado.

- Vamos fazer assim, eu te dou uma carona, conversamos por cinco minutos e tudo fica bem, que tal? - o ignorei e continuei andando. - qual é docinho, vai me ignorar mesmo?

Ele tentou segurar minha mão, mas eu bati na sua, ele tentou me segurar pela cintura, mas eu o belisquei, ele tentou passar o braço pelo meu ombro, mas eu ameacei o morder. Caso ele entendesse que não quero conversar nada disso seria necessário.

- Eu não vou desistir.

- Mas que saco! Eu não sou nada seu, por que tá tão preocupado? Esquece isso. - disse sem o olhar.

- Eu quero me desculpar e se você não fosse nada meu, não faria eu me sentir tão bem e eu não sentiria tanta falta da sua companhia. - senti minhas bochechas esquentarem, fiquei quieto ainda tentando o ignorar. - posso falar agora? - continuei em silencio, eu estou realmente me esforçando muito. - Luke é sério, por favor, não me ignora. - ele choramingou e eu o olhei pelo canto dos olhos. - Hey docinho, eu estou falando com você. - Michael cutucou meu braço e eu suspirei.

- Céus Michael, como você é irritante. - ele sorriu parecendo feliz por eu ao menos ter o respondido.

- É só você escutar o que eu tenho pra dizer... - o olhei, e dei de ombros. - ...eu sei que nada pode explicar o que fiz porque eu não deveria ter te beijado daquele jeito, me desculpe, mas você estava ali, bem perto e sua boca... arg, tão lindo e eu não resisti, até eu me surpreendi com o que eu fiz, foi por impulso e bom... agora você já sabe que eu tenho uma quedinha por você. Me desculpe, não queria te irritar ou ofender. Isso não vai se repetir.

Eu não quero desculpar ele, realmente não quero, mas ele foi tão bonitinho no que disse que eu estou pensando seriamente em tentar esquecer o que aconteceu.

- Me desculpa? - o olhei e ele tinha aquela cara de cachorrinho que caiu da mudança. Ele parece estar sendo sincero sobre o que disse.

- Que isso não se repita. - Michael literalmente berrou enquanto me esmagava em um abraço desajeitado, se é que da pra chamar isso de abraço.

- Não vai, eu juro... a não ser que você queira. - Não o levei a mal, eu sei que ele só está falando o que pensa... como sempre. - e eu posso segurar sua mão? - ele perguntou animado, parecendo uma criança e eu ri.

Segurei sua mão e entrelacei nossos dedos, seu polegar deslizou pela minha pele e eu sorri.

- Eu acho que senti falta de te infernizar.

- Não vou falar nada do tipo, vai inflar muito seu ego. - Michael riu abertamente concordando com a cabeça, ele sabe que eu estou certo.

- Você tem razão... Chegamos - Michael anunciou e só então me toquei que já estávamos em frente a minha casa.

- Uh... tchau. - Michael não soltou minha mão e eu o olhei esperando alguma reação. - Eu tenho que entrar.

- Me da um abraço? - esbugalhei os olhos suspreso com seu pedido. Michael não parece o tipo de cara carinhoso que se aconchega em um abraço.

- Acho melhor não. - murmurei.

- Não seja tão tímido docinho, só um inocente abraço uh? - assenti e dei um passo em sua direção, e não ousei erguer minha cabeça e o olhar diretamente nos olhos.

No momento que ele passou os braços pela minha cintura, minha mochila despencou no chão, mas eu não me importei com isso. Apenas repousei meus braços em seus ombros. Michael me puxou mais pra perto e me prendeu contra seu corpo.

Senti meu coração bater forte e por impulso enrosquei meus braços em seu pescoço, repousando minha cabeça em seu ombro, vendo a pele clara de seu pescoço arrepiar.

Eu não queria o abraçar, mas agora não quero mais o soltar.

- Luke... - ele murmurou e eu me encolhi.

- Só mais um pouco. - murmurei de volta. Senti suas mãos deslizarem pelas minhas costas e suspirei fechando os olhos e aproveitando do carinho.

Dei dois passos pra trás, mas ele não deixou eu me afastar de vez, Michael beijou demoradamente minha bochecha e sorriu.

- Tchau docinho.

Entrei em passos largos em casa depois de pegar minha mochila, arremessei ela pra qualquer canto e me joguei no sofá me amaldiçoando.

Por que eu abracei ele?

Por que eu gostei?

Por que eu não queria o soltar?

Eu me odeio.











Cigarettes ** MUKEOnde histórias criam vida. Descubra agora