Capítulo 10-

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Eu e Bill dormimos em barracas separadas naquela noite, apenas para evitar levantar suspeitas nos jovens convidados inconvenientes que provavelmente indagariam o motivo de estarmos dormindo juntos em uma barraca que, supostamente, não comportaria confortavelmente duas pessoas.

Mas se não fosse pelos comentários alheios, daríamos um jeito quanto ao espaço, já que para mim nunca foi um problema pegar no sono na cama de solteiro de Bill junto à ele em seu quarto.

Dormir na casa dos gêmeos em dias aleatórios e sem um motivo específico era um evento comum, e nessas noites em questão, tia Simone sempre colocava um colchão no chão do quarto do Kaulitz mais novo para que eu me abrigasse lá por uma noite, já que ela dizia que éramos como carne e unha. Assim que ficava mais tarde e Tom ia dormir em seu próprio quarto por valorizar sua privacidade, eu e Bill trancávamos a porta para que eu pudesse sair do chão e dormir na cama dele, mesmo que ela claramente não comportasse dois corpos, assim como a barraca.

Em dado momento ainda na praia, meu sono foi interrompido. Não houve nenhum barulho, nenhum incômodo ou movimentação que havia me feito despertar, mas eu por algum motivo não conseguia pregar os olhos novamente.

Após mudar de posição algumas diversas vezes e ajustar a almofada abaixo da minha cabeça mais do que pude contar, eu decidi sair da tenda e ir caminhar pela orla, para desfrutar do cenário e tentar relaxar.

Mas assim que eu puxei o zíper da porta para baixo, tive uma das visões mais incríveis de todos os tempos. Do lado de fora, a brisa gelada alcançou meu rosto sem causar incômodo, e o barulho das ondas se fez ainda mais presente.

O sol nascente ainda estava surgindo, posicionado como se pudesse tocar o mar, e o laranja bonito que tomava o céu com poucas nuvens era surreal. Bill precisava ver aquilo! Por isso, caminhei até a barraca onde eu sabia que ele estava e gritei seu nome em um sussurro, torcendo para que seu sono estivesse leve.

Poucos segundos depois, a porta se abriu, me revelando um Kaulitz emburrado e desnorteado me encarando com olhos apertados pela claridade.

- O que houve, cara?- Ele perguntou com a voz ainda rouca.

- Bom dia.- Sorri com a cena e selei seus lábios. Por um segundo, senti seu corpo paralisar com esse ato, mas ele logo relaxou quando deu-se conta de que todos estavam dormindo ainda devido ao horário.

- Bom dia.- Ele disse por fim, sentindo seu bom humor ressurgir.

- Quero te mostrar uma coisa!- Eu o puxei pelo braço, e assim que ele estava do lado de fora, apontei para o céu que parecia uma pintura.

- Uau.- Caminhamos até a beira do mar e sentamos na areia, num' ponto onde as ondas vinham com calma e molhavam apenas os nossos pés.

- Achei que você iria gostar de ver isso.- Eu mirei seu rosto de perfil ao meu lado, enquanto ele ainda admirava a vista. O brilho dourado do sol batia contra a sua pele branca, iluminando-a como se Bill fosse algum ser divino. Aquela visão era ainda melhor do que a que estava a minha frente.

- E você estava certo. Acho que eu nunca havia parado para ver o nascer do sol.

- Até porque isso é um passatempo de hippies, não de garotinhos emos.- Nós rimos.

- Posso dizer algo vergonhosamente brega?- Bill perguntou ainda rindo, dessa vez de si mesmo. Provavelmente achando graça da própria mente assim como me ocorria as vezes.

- Fique à vontade.

- O sol agora está bem perto do mar, sim?- Concordei.- É como se eles estivessem se tocando. Analogamente, acho que você é o meu sol. Independente de onde eu esteja, uma parte de mim aqui dentro sempre é iluminada e aquecida por você. Como quando eu estava em Los Angeles, minha cabeça não saía de nós e eu me sentia bem assim que pensava em te ter por perto de novo.

Ready for love- Bill Kaulitz Onde histórias criam vida. Descubra agora