O sucesso traz consigo prazeres indescritíveis, mas também pode carregar uma bagagem de arrependimentos. Bill Kaulitz, antes de tudo acontecer, tinha somente seu irmão gêmeo para o que der e vier, até conhecer Éric Magalhães, um estrangeiro latino r...
Recomendação de música para escutar durante o capítulo: Friends- Ed Sheeran. 🎼
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Acordar naquela manhã de segunda feira tendo a noção de que todos sabiam da polêmica que rolava com o meu nome associado ao de Bill me deixava apreensivo para ir à escola. Pensei seriamente em faltar as aulas por um ano inteiro se isso significava me manter em paz, mas mamãe me disse que tudo acabaria mais rápido enfrentando a situação de cabeça.
Eu confiei nisso.
Vesti meu moletom verde água e passei um tempo encarando minha figura no espelho buscando coragem para sair de casa.
Quando entrei no ônibus, toda a atenção pareceu ser voltada para mim, ao que fui fitado por uma dúzia de pares de olhos julgadores. Eu segui de cabeça baixa como se esse gesto fosse me camuflar do restante, fingindo não saber sobre o que todos estavam cochichando diante da minha presença até finalmente alcançar os últimos dois assentos vagos ao final do coletivo, atirando minha mochila sobre um deles antes de sentar.
Enquanto eu tentava encontrar meus fones por entre a bagunça da minha bolsa, minha atenção foi fisgada por alguém chamando meu nome. O dono da voz era Klaus, o garoto que sentava na minha frente quase sempre no ônibus e que mantinha rasas conversas comigo durante o caminho até a escola.
Seu dorso estava virado para trás em minha direção enquanto ele mantinha uma feição neutra ao me encarar.
- E então, Éric? Como foi o fim de semana?- Ele me perguntou, mas, a menos que ele vivesse em uma caverna, era impossível não saber o que havia acontecido comigo nos últimos dias.
- Nem um pouco agradável.- Respondi simplista, ainda sem entender as suas verdadeiras intenções ao demonstrar interesse nesse tópico.
- Não minta para mim, você parece ter curtido.- Agora sim eu podia notar seu deboche.- Andou beijando nosso querido Bill...- As risadas partindo de seus colegas alcançaram meus ouvidos. O comentário não havia sido engraçado, muito menos conveniente, mas é óbvio que eles iriam rir somente para estimular Klaus a continuar seu circo.
- Não é da sua conta.- Eu voltei minha atenção ao que estava fazendo antes, tentando deixá-lo falando sozinho para ser esquecido.
- Não fique bravinho, eu apenas quero saber detalhes do nosso novo casal. Me diga, a garotinha da relação é Bill, não é?- Era como se ele soubesse exatamente o meu ponto fraco. Eu não me importava em ouvir sua voz irritante direcionando ataques contra minha pessoa, mas ouví-lo insinuar qualquer coisa pejorativa sobre o Kaulitz me enraivecia.- Você se submeteu a isso pela fama? Quanto ele anda te pagando?
- Se quer tanto saber, pergunte ao seu pai quanto eu cobrei para comer a bunda dele noite passada.- Não me contive.
- Como é?
E então ele levantou caminhando em minha direção e eu reagi ficando de pé também, ao som de adolescentes que estimulavam o que estava prestes a acontecer com gritos e torcidas animadas, agindo como se estivessem prestes a assistir algum campeonato dos seus times rivais favoritos.
