O sucesso traz consigo prazeres indescritíveis, mas também pode carregar uma bagagem de arrependimentos. Bill Kaulitz, antes de tudo acontecer, tinha somente seu irmão gêmeo para o que der e vier, até conhecer Éric Magalhães, um estrangeiro latino r...
Recomendação de música para ouvir durante o capítulo: What Is Love- Haddaway 🎼
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Ser famoso infelizmente não é sinônimo de ser adorado, e Bill deu-se conta desse fato assim que pisou na cidade grande que passaria a ser seu novo lar. Tudo estava começando a ficar um tanto desproporcional para um garoto antes subestimado em Magdeburgo, e agora ele era amado na mesma medida em que era rejeitado.
Óbvio, Bill já deveria estar familiarizado com tudo isso desde a época da escola, porém agora era um tanto diferente. O preconceito destilado contra ele referente ao seu estilo exótico e suposta homossexualidade já não vinha mais de pré adolescentes, mas sim de marmanjos barbados que declaravam que Tokio Hotel atentava contra uma geração. Além de grupos grandes de diferentes tribos que se uniram somente para mostrar toda a frustração que tinham ao ver os garotos que vieram do subúrbio conquistando o mundo.
Eu tentava passar confiança por meio de mensagens e ligações, mas era complicado não me sentir apreensivo sempre que eu lia sobre as ameaças que todos da banda estavam sofrendo ao mesmo tempo em que via na televisão os tabloides maldosos sempre destilando ódio disfarçado de crítica contra eles.
- Estão espalhando por aí que Tom engravidou uma garota qualquer.- Bill dizia ao telefone claramente não muito satisfeito.
- Quanto você aposta que foi a própria garota que começou esse boato?- Todos queriam sugar um pouquinho da fama deles, independente da forma como fariam isso.
- Ainda restam dúvidas?- Ele bufou.
- E quanto a você? Ouvi dizer que está sendo classificado como o alemão mais chato de todos.- Em uma lista promovida por uma famosa revista local, Bill ficou em primeiro lugar entre "os 100 alemães mais irritantes". Chegava a ser patético.
- Bom, tenho certeza de que você ganharia de mim se fosse alemão.
- Pelo menos eu ficaria em primeiro lugar em algo.- Rimos.
- E então? Tem alguma novidade menos decadente?- Ele perguntou, mas minha vida não andava muito repleta de acontecimentos.
- Bom, não é bem uma novidade, mas Astrid continua no meu pé. Ela puxa assunto no MSN por qualquer coisa e me tromba, propositalmente ou não, em todos os lugares.
- Ela está chateada porque você não a acompanhou na festa, e nem aceitou pegar nos peitos dela. Como você pôde perder essa imensa oportunidade?- O Kaulitz carregava deboche em seu tom de voz, e só por isso eu não pude evitar que um sorrisinho escapasse dos meus lábios.
Um silêncio pairou no ar enquanto ainda estávamos conectados pela linha telefônica, entrecortando o assunto anterior que já soava desinteressante. Parecia que estávamos pensando a mesma coisa naquele momento:
- Estou com saudades.
- Estou com saudades.
Dissemos os dois em conjunto. A última vez que nos vimos após a mudança de cidade havia sido em setembro, no aniversário dos gêmeos a um mês atrás.
