Me desculpa, cupido, mas a flecha falhou,
em seu ofício divino, um erro se mostrou.
Pois aqui estou, eu, que um dia amei,
pedindo perdão por um amor que desvaneceu.
Cartas apaixonadas, juras em vão,
Palavras ardentes, sem mais razão.
Hoje, brasas frias, prontas a queimar,
No fogo do passado, tudo a abandonar.
A culpa é sua, cupido, por não fazer seu papel,
por não manter o fogo aceso, o amor em réu.
E agora, perdoe-me por essas cartas inflamadas,
pois nelas não há mais sentimento em nenhuma das palavras.
Eram promessas de eternidade, momentos imortais,
instantes eternos, gravados em pergaminhos especiais.
Mas o tempo, o implacável, roubou nossa paixão,
E agora restam apenas cinzas, dispersas pela solidão.
Peço perdão por desistir de amar,
por deixar escapar o que não soube cuidar.
Mas a culpa não é só minha, cupido, reconheça,
você também tem sua parcela nessa tristeza.
Então me desculpa, pelas palavras queimadas,
pelo amor que se apagou, pelas feridas cicatrizadas.
Sigo em frente, buscando novos caminhos,
deixando para trás os instantes eternos e vazios.
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Instantes Eternos
Poetry"Instantes Eternos" é poesia que captura a essência de um coração inquieto, mergulhando nas profundezas da experiência humana. Cada verso é um retrato vívido de momentos fugazes, que transcendem o tempo e se tornam eternos através das palavras. Nest...