Instantes Eternos

Escola inquietante

Os professores, cansados e desanimados, perdidos na rotina,

A educação se tornava uma tarefa monótona e opaca, tão clandestina.

Os alunos, desprovidos de aprendizado real, estavam destroçados,

Presos em um sistema que negligenciava seus sonhos, aprisionados.

As notas, meros números sem cor, sem vida,

Estatísticas vazias, sem conexão, sem saída.

Não espelhavam o saber, nem nossa alegria,

Apenas uma escala padronizada, um fardo em desarmonia.

O valor de uma pessoa não se limita a tal medida,

Vai além da padronização, da norma estabelecida.

Pois na essência e no potencial reside a verdadeira luz,

Perdidos na mediocridade, clamamos por uma nova cruz.

E após o terceiro ano, a cruel realidade se instaura,

A pressão de encontrar o lugar, enquanto ainda se é jovem, perdura.

A sociedade exige resultados, sem piedade ou clemência,

E a resposta dada ecoa: "Faça o ENEM", uma busca incessante de excelência.

A juventude é negligenciada, seus sonhos são silenciados,

Enquanto somos empurrados para um molde, injustiçados.

A busca pela autenticidade e pelo propósito se torna urgente,

Mas somos levados a acreditar que a única saída é o diploma pendente.

Nesse mar de pressões e expectativas, perdemos nossa essência,

Engolidos pela sociedade, negligenciando nossa existência.

Os sonhos são sufocados, como sussurros abafados,

E a busca pela identidade se torna um fardo pesado.

A educação deveria ser um farol de luz, uma jornada de descobertas,

Um espaço para cultivar paixões, talentos e certezas.

Mas se transformou em um labirinto de normas e convenções,

Onde a individualidade é tolhida, engolida por pressões.

Os professores, outrora mestres inspiradores,

Agora vagam cansados, sufocados por burocracias opressoras.

A paixão pelo ensino se dissolve em meio à rigidez,

E o aprendizado real se perde em uma nebulosa de insensatez.