ʚ'Apenas sarcasmo, meu querido.'ɞ

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"Fica impossível não olhar para trás Mariana!" Sussurrei mais alto do que devia, ouvindo as gargalhadas de Renato que estava junto do seu grupo de rapazes com quem habitualmente saía.


"E...." A minha colega de trabalho suspirou, apoiando a sua cabeça contra a palma da sua mão enquanto o observava de longe. "..Tirou a camisola." Falou numa voz melancólica como se estivesse hipnotizada.


Revirei os meus olhos castanhos e voltei a molhar as minhas mãos, limpando mais copos e pratos no lavatório. O sabão escorregava por entre os meus dedos e rapidamente arregalei os meus olhos quando senti pequenas mãos apertarem os meus ombros. Grunhi quando ouvi a voz de Mariana contra o meu ouvido.


Imitou o som típico de um alarme e eu apenas tentei não me rir da sua parvoíce. "Código vermelho Rita!" Bateu nas minhas costas com alguma força, obrigando-me a soltar um grunhido mais uma vez. "As cadelas não largam o osso!" Falou num tom entusiasmado, abanando o meu corpo.


"Cadelas? Osso?" Arqueei uma sobrancelha confusa, continuando a limpar os pratos que permaneciam nas minhas mãos.


"Digamos que as cadelas são as habituais galdérias e o osso é o teu homem." Mariana murmurou, examinando as suas unhas.


Tossi de um jeito desconfortável, tentando permanecer calma. "Não sei do que falas, não tenho ninguém." Observei a água da torneira molhar as minhas mãos. "Sem homem, sem chatices." Retorqui, secando alguns copos.


"Ah, a sério?!" Olhei para o seu ar de espanto. "Não te esqueças de me responder o mesmo da próxima vez que te apanhar com ele, fechados, na casa de banho do sexo feminino." Senti as minhas bochechas ferverem.


"Isso aconteceu uma vez!" Defendi-me da sua acusação.


Vi um pequeno sorriso surgir nos lábios da rapariga que permanecia ao meu lado. "Já não sei quantas vezes....apenas vos apanhei uma." Provocou e eu apenas rosnei, secando as minhas mãos.


"Mas já que ele não é o teu homem..." Mariana pareceu bastante sarcástica enquanto falava. "Deixa as cadelas matarem a sua fome."


Aquele comentário foi o que bastou para eu soltar o meu cabelo que estava num rabo de cavalo e entregar-lhe a toalha com a qual tinha secado as minhas mãos.


"Segura aqui." Ouvi a sua pequena gargalhada enquanto me observava caminhar para fora do bar com alguma rapidez.


Ignorei a temperatura quente da areia enquanto caminhava em direção daquele traste que parecia não se importar com a atenção feminina. O seu corpo bem estruturado estava à vista de todas aquelas esfomeadas. Fuzilei-o com o meu olhar, agarrando o seu braço assim que me aproximei dele.


Virando a sua cabeça na minha direção, observei o seu olhar tornar-se mais quente do que estava e Renato passou a sua língua por entre os seus lábios antes de envolver a minha cintura com o seu braço musculado.


Suspirei, cruzando os meus braços. " A atenção..." Fiz uma pausa propositadamente. "Está a ser agradável?" Rosnei, virando o meu rosto noutra direção quando ouvi uma gargalhada escapar dos seus lábios.


"Qual..?" Pegou em algumas madeixas dos meus cabelos castanhos e colocou-as por detrás da minha orelha. "A delas?" Puxou-me para mais perto do seu tronco, apanhando-me de surpresa quando colocou os seus lábios contra o meu ouvido. "Ou a tua?"


Permaneci calada enquanto sentia as minhas bochechas ferverem com a sua pergunta. Cerrei os meus olhos quando senti os seus lábios depositarem um pequeno beijo no meu pescoço.


"Não são ciúmes." Resmunguei, contradizendo o que realmente era.

"Claro que não." Observei a sua provocação.


"Se eu fosse ciumenta...." Tentei permanecer calma quando as pontas dos seus dedos fizeram pequenas caricias nas minhas costas. "Não estaria aqui..."


"Não tens jeito nenhum para mentir." humedeci os meus lábios quando vi o seu belo sorriso.


"Ah, parem de estar agarradinhos." A voz de Mariana foi ouvida à distância e rapidamente empurrei Renato para longe.


"Agarradinhos? O quê?!" Bati no peito de Renato, notando os olhares invejosos das raparigas que o observavam.


Apenas ouvi uma breve gargalhada de Renato.


"Se ele quer estar agarradinho a alguém.. Que escolha uma destas raparigas...qualquer uma serve." Rosnei, vendo Renato revirar os seus olhos com o meu comentário.


"Demasiados ciúmes?!" Perguntou num tom provocador enquanto eu me afastava dele com passos vagarosos.


"Apenas sarcasmo, meu querido!" Berrei, observando o olhar satisfeito de Mariana enquanto eu caminhava em direção ao bar.


Queria agradecer à minha leal leitora e melhor amiga @LA4girl que sempre me ajudou a divulgar esta história desde o inicio. Obrigada por estares presente em todos estes momentos. Obrigada pelo apoio minha querida. Sem ti, nada disto era possível.


Um agradecimento especial para todas as minhas leitoras, que me apoiam com cada leitura, voto ou comentário. Muito obrigada.


'O traficante espanhol.'Onde histórias criam vida. Descubra agora