ʚ É ele... Sempre foi ele. ɞ

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"Não tens vergonha da tua safadeza?!" Resmunguei enquanto caminhava ao lado do belo moreno. A minha mão agarrou firmemente a maçaneta da porta que dava acesso ao restaurante.


Renato apenas deu uma suave gargalhada enquanto me seguia para dentro do local onde comeríamos.


"Vergonha?! Apenas digo o que tu omites!" Defendeu-se e senti as minhas bochechas ferverem.


"Eu não omito nada..." Murmurei, encarando o seu sorriso bem malicioso. Renato revirou os seus olhos enquanto a sua grande mão capturava a minha e entrelaçava os nossos dedos.


"O Caio está aqui." puxou-me para mais perto do seu peito, sussurrando tais palavras contra o meu ouvido.

"O quê? Como..." A minha voz rapidamente subiu enquanto o meu peito se tornava, por alguma razão, inquieto. Os lábios de Renato rapidamente calaram os meus, e gemi com a força que ele utilizara naquele beijo.


"Queres atrair a atenção dele Rita?" Rosnou contra os meus lábios e rapidamente me calei.


"É apenas o Caio...Renato." Murmurei contra o seu peito, não apreciando o facto de o mesmo me agarrar de forma protetora, como se estivesse a declarar uma propriedade ou a proteger qualquer objeto seu.


"É o meu primo...É o Caio." O moreno que me prendia nos seus braços falou e senti a sua voz fraquejar. Respirei contra o seu peito. " É o Caio, que sabe muito bem como me picar." Rosnou, abraçando-me com os seus braços trabalhados e calorosos.


"Renato..." Arfei contra o seu peito assim que a sua enorme mão me puxou contra o seu peito. "Renato! O que...?!" Já farta, posicionei as minhas mãos contra os seus largos ombros e empurrei Renato para longe.


"O que se passa?! Porque estás a ser assim?!"


"Porque..." Começou mas não terminou a sua frase, interrompendo-se a si próprio. Esperei pela sua continuação, para que ele acabasse com a sua justificação mas o moreno à minha frente apenas bufou constrangido, cruzando os seus braços sobre o seu peito. Cerrou os seus olhos esmeralda como se estivesse enervado. "Caralho Rita...Porque..."


Depois de um longo tempo de silêncio decidi abandonar o tópico de conversa, suspirando e caminhando até à mesa que se encontrava mais próxima de mim.


"Porque estou com ciúmes!" Ouvi Renato rosnar num tom alto demais antes de bater na mesa com o seu punho bem fechado. Estremeci com a força que ele tinha aplicado na batida mas permaneci calada.


"Diz-me Rita, isto é um problema meu?" Passou a sua mão pelo seu cabelo, prendendo a sua respiração pesada. "Existe algum mal em querer-te a ti, só para mim...?" Sussurrou e por momentos senti o meu peito quase parar.


Tornei-me inquieta, nervosa, quando senti os seus belos olhos esmeralda em cima de mim, encarando-me. "Não sei o porquê dos teus ciúmes." Murmurei, lentamente pondo as minhas mãos em cima da mesa enquanto me levantava. "Alguma vez te dei razões para tal?" Perguntei indignada.


"Não são precisas razões..." Sussurrou, encarando-me. "Apenas sentes e pronto." Rosnou, desviando o seu olhar esmeralda para longe de mim.


"Tu...Rita tu não fazes a mínima ideia de como eu fico quando estou contigo." Cerrou os seus olhos e senti vários olhares em cima de nós. Arrependi-me logo do que tinha dito e rapidamente me aproximei do homem que eu tanto amava, pegando nos seus fortes braços.


"Eu sei lá...Cada vez que te vejo dá vontade de te agarrar e te prender a mim..." Murmurou e um suave sorriso surgiu nos meus lábios. "Eu quero cuidar de ti, fazer-te minha." Ele encarou-me com seriedade, segurando no meu rosto e beijando as minhas bochechas de uma forma calorosa. "Eu amo-te." Respirou contra os meus lábios.


Sorri com as suas palavras e a minha boca rapidamente encontrou a sua. Os meus dedos fizeram  pequenas caricias nos seus cabelos. Senti a sua língua quente roçar contra a minha de uma certa forma que me hipnotizava.


"Larga-a." Arregalei os meus olhos castanhos quando ouvi a voz de Caio ao nosso lado. Virei a minha cabeça na sua direção e de repente senti o seu grande braço separar o meu corpo de Renato.


Gemi com dores assim que as minhas costas bateram contra a mesa que permanecia atrás de mim.

Grunhi, tentando permanecer calada enquanto lágrimas se formavam nos meus olhos.


"Rita..." O olhar preocupado de Renato observou-me. "Rita, estás bem..?!" Perguntou enquanto empurrava Caio para longe e se aproximava do meu frágil corpo.


"Afasta-te dela Renato!" A voz rouca de Caio soou novamente.


"Rita, fala comigo!" Os meus olhos começaram a fechar e tentei suster a respiração, tentei ignorar a dor que se espalhava lentamente pelo meu corpo. A mão de Caio agarrou o ombro de Renato mas o moreno que se encontrava preocupado com a minha situação cedeu, mostrando a raiva que estava contida dentro de si.


O seu punho colidiu com o rosto de Caio e toda a gente permaneceu em silencio enquanto o corpo de Caio se arrastava pelo chão. "Ela não tem culpa!" Renato berrou, capturando o fino tecido da camisa de Caio. "Não te atrevas a tocar na minha mulher."


Estremeci quando Renato empurrou Caio para longe, caminhando até mim e agarrando no meu braço suavemente, levantando o meu corpo com os seus braços e caminhando para fora do restaurante.

 Cerrei os meus olhos, encostando a minha cabeça contra o ombro do moreno que me carregava nos seus braços.


"Não tinhas de te preocupar." Sussurrei.

"Claro que tinha." Retorquiu antes de chegarmos ao seu carro.



'O traficante espanhol.'Onde histórias criam vida. Descubra agora