"Eles vem aí!" Arregalei os meus olhos, atirando os pacotes de comida que estavam em cima da mesa em direção de Mariana. A mesma apanhou a comida rapidamente, e correu em direção à cozinha.
"Eles vieram mais cedo!" Resmunguei num tom mais elevado, agarrando nos cobertores que estavam no sofá. "Logo hoje! Porque é que não somos arrumadas?" Choraminguei antes de tropeçar no tecido do longo cobertor que permanecia nos meus braços e cair com um elevado ruído. Ouvi a campainha tocar.
Grunhi, levantando-me com algum esforço antes de atirar os cobertores para cima da cama de Mariana. Fechei as portas dos quartos e caminhei para a sala de estar, observando a minha colega com quem partilhava o apartamento, abrir a porta.
Suspirei, levando um copo de água fresca à minha boca enquanto tentava parecer normal.
"Minha querida." Ouvi a voz da minha mãe e pousei o copo de água no balcão da cozinha, sorrindo suavemente quando os meus pais finalmente notaram na minha presença.
"Cresceste tanto..." A minha mãe sussurrou. Apenas revirei os meus olhos.
"Mãe, estive contigo no mês passado." Agarrei num guardanapo quando vi lágrimas formarem-se nos seus olhos claros.
"Além disso, estás tão magra..."Choramingou, obrigando-me a soltar um breve suspiro.
"Pai, é tão bom te ver." Abracei o meu pai, ignorando os comentários da minha mãe. O meu pai apenas me ofereceu um pequeno sorriso, esfregando os ombros da minha mãe.
"E tu minha linda? Como estás?" Humedeci os meus lábios quando notei que os meus pais tinham direcionado a sua atenção para a Mariana.
Ouviu-se de novo o som da campainha e suspirando novamente, espreguicei-me, caminhando até à entrada e abrindo a porta que permitia o acesso à minha casa.
Arregalei os meus olhos quando notei a grande figura de Renato à minha frente.
"O teu telemóvel?" Rosnou e estremeci quando apoiou a sua grande mão contra a porta, debruçando-se na minha direção. Engoli de um jeito nervoso, encarando os seus olhos esmeralda que me observavam com bastante atenção.
"Se eu não atendi era porque supostamente não queria falar." Retorqui no mesmo tom que ele tinha feito, cruzando os meus braços sobre o meu peito.
Renato apenas arqueou uma sobrancelha, passando os seus longos dedos pelos seus cabelos castanhos. "Estás amuada....eu compreendo." murmurou, agarrando a parte de trás do meu pescoço e puxando-me contra o seu corpo, beijando a minha bochecha uma e outra vez.
"Eu odeio-te." Sussurrei contra o seu peito, antes de acariciar as suas costas com as minhas pequenas mãos. O meu corpo relaxou assim que senti o cheiro masculino da sua colónia.
"Rita...Quem..." Ouvi a minha mãe limpar a sua garganta enquanto abria mais a porta. Inspirei e sustive a respiração quando os olhos críticos dos meus pais olharam para Renato que permaneceu com os seus braços em volta do meu corpo. Renato não estremeceu, não pareceu afetado pela presença dos meus pais ou até mesmo nervoso.
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'O traficante espanhol.'
Romance☯ Rita trabalha como nadadora salvadora no país onde nasceu. Portugal. Mas aí imprevistos acontecem e a morena acaba por conhecer Caio e Renato, primos que conseguem captar os seus sentimentos de diferentes formas. Mas aí, um dia, a mesma chega ao s...