SimonEle me encara com os olhos cheios de algum tipo de emoção que no momento era indecifrável para mim.
O assisti com precisão me pousar sob o vidro da penteadeira que possuía as únicas luzes que iluminavam o ambiente - amareladas e fracas, me sentia levemente exposto por estar ali, debaixo dele, sentado numa altura onde meu rosto batia no seu peito.
Mas aquilo era bom demais para me importar, tanto com a vulnerabilidade, quanto com o vazio que iria deixar quando tudo aquilo acabasse.
Ou quando ele abrisse aquela porta e a consciência me encontrasse novamente e me influenciasse a nunca mais permitir que ele pudesse me possuir daquela forma.- Eu prometo.. - ele começa, enquanto beija o pescoço do moreno e o sente erguer sua cabeça para trás e se render cada vez mais ao seu toque - ...que vai ser inesquecível.
Porra, não me prometa algo como isso, já sabendo do peso em que esse nosso comportamento naturalmente já vai gerar em mim.
Por horas, dias...meses.
Com o impulso de tentar calar sua boca, eu finalmente permito com que minha língua deslize para dentro de sua boca e dê boas vindas ao pecado.
Mordo e sugo seu lábio inferior e sinto que suas mãos estão cada vez mais espaçosas, ambiciosas..
Com habilidade ele pergunta através de um aceno de cabeça se pode ir mais fundo e eu desesperadamente falo um palavrão debaixo da minha respiração desregulada e digo que sim, o puxando para mais próximo, com as mãos por trás de seu pescoço.
Ao sentir um calafrio tomar conta da minha espinha por ter sua mão apertando a marca da minha ereção por baixo da calça, evito ao máximo não implorar para que ele possa me despir e engolir cada parte de mim naquele momento, para me aquietar eu o beijo com vontade e o assisto com um sorriso sagaz, já sabendo exatamente o efeito que tem em mim.
É reativo.
Meu corpo inteiro reage a presença dele, a voz dele, o toque dele.Estaria mentindo se dissesse que não sonhei com esse momento.
Claro que alguns minutos atrás, quando estava no palco apenas focado em entreter a plateia, nem ao menos cogitei ter que fazer uso de pastilhas de menta ou duvidar se usaria meu kit na bolsa, mas agora diversas coisas passam pela minha cabeça e não sei se deveria categoriza-las ou ignorá-las por completo, Wille parece perceber.
- Ei..tá tudo bem? - ele para e observa o homem impressionantemente suado e jogado por baixo dele, com um ar de preocupação ele forma um bico fofo ao questioná-lo se deveria continuar - Se quiser eu- eu paro.
- NÃO! Uh-h quer dizer, não. - Simon pigarreia propositadamente - Tá tudo bem, eu só tava..com a cabeça em outro lugar.
- É..?
- É, sim. Tenho certeza.
- ...então..
- Sim, sim. Podemos continuar.. - o cantor olha para trás do loiro e em seguida o indica com a cabeça - Na verdade, se importa se a gente se mudar pro sofá?
E a cara dele é impagável porque aparentemente nem tinha noção de que havia aquele móvel ali.
Não vou julgá-lo, geralmente meus camarins são tão grandes e cheios de coisa que nem eu mesmo sou capaz de usufruí-los ou conhecê-los direito antes de ter que mudar para outro em outro estado ou país.
Mas o rosto dele é engraçado.. delicado até.- Huh, nem vi. - se explica dando um sorriso atraente demais para Simon conseguir lidar, e em segundos ele está nos braços do escritor, que o leva sem dificuldade para o outro lado do cômodo, o deitando cuidadosamente sob o material macio do grande sofá roxo.
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Fica Mais Um Pouco - Wilmon AU
FanfictionWilhelm e Simon se conhecem durante a infância e o destino os unem anos depois - desafiando suas memórias e realidades a se questionarem o quanto o tempo pode ou não mudar a relação entre bons amigos. Ou mais que isso.