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Era mais fácil dizer que tudo parecia impossível no momento.

O loiro se via sem motivação, pois as últimas vezes que tentou manter contato com o moreno, dava caixa postal.

As mensagens não chegavam e seu amigo parecia incomunicável.

Após o fim de semana na praia, houveram dois dias da semana - terça-feira e quinta-feira - que Wilhelm tinha um sorriso no rosto, pressupondo que por mais que a tentativa de comunicação dele fosse falha, nas suas aulas de espanhol semanais ele o encontraria nos sagrados 50 minutos reservados para troca de olhares e palavras em outra língua - acompanhados de sorrisos secretos.

Simon não apareceu.

Da primeira vez Wille não se assustou, já havia ocorrido aquilo.
Só ficava mais complicado pois como já testado, não tinha muito o que fazer.

Quando o pequeno começou a exigir respostas de pessoas que pudessem saber - os funcionários que tinham contato com o moreno e até mesmo a rainha que o contratou - ele recebia miras vazias e frases ensaiadas.

Ninguém sabia por onde o menino poderia estar marcando com seus passos.

Não era assim, tão solitário.

Mas passou a ser.

Ele sentia saudade, revivia o que eles já viveram juntos, em looping em sua cabeça.

As notas do príncipe que já não eram tão boas passaram a despencar, Kristina o criticava.
Erik parecia estar anestesiado, sempre que podia, evitava estar próximo de seu próprio irmão, mas quando ficava com o mais novo, ele era bombardeado de dúvidas.

Suas respostas eram ocas.

Wilhelm passou a não comer direito.

Voltava da escola e apenas se jogava no tecido do colchão por baixo dele - não se comunicava com mais ninguém, do jeito que fazia anteriormente.

Felice culpava o cacheado, nos fins de semana a menina passava as tardes servindo de consolo para Wille, que despedaçado se desfazia por inteiro no colo da menina.

Ele refletia noites e dias - sobre vários aspectos, mas o que mais doía era lembrar do último toque, beijo, palavras trocadas.

Foi tudo tão natural, sem um tom de última vez.

Ele não estava pronto, para perdê-lo.

Em um lento piscar de olhos, havia se passado um mês inteiro.

O garoto ainda tinha esperança.

Colocava para tocar a playlist que o lembrava de Simon em replay, esperando por ele na sala do palácio - nos dois dias da semana de aula e até mesmo nos sábados ele se dedicava a esperá-lo.

Mais de 1.290 mensagens.

O irmão do mais velho do príncipe não parava quieto.

Pelos corredores ele andava, de sala em sala para reuniões - o rapaz estava focado em entender a monarquia de dentro para fora.
Esperando pelo dia em que fosse se impor no emprego assim como sua mãe.

Esperar.

Tudo parecia se basear na arte do aguardo.

O mesmo estava se cansando do seu redor parecer tão preto e branco.

Wilhelm com passos curtos, e sem preocupação o quanto que o levaria para atravessar os corredores interiores de sua escola, agora passava - tentando ao máximo ser discreto, pois ser um príncipe em uma escola de rico poderia ser "normalizado" mas nunca deixaria de ser o assunto - pela porta principal do local.

Fica Mais Um Pouco - Wilmon AU Onde histórias criam vida. Descubra agora