O vestígio do verde

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* Ano 136 d.C. Porto Real * 

Eu estava na fortaleza vermelha, pronta para receber Alicient Hightower para seu julgamento final. Ela havia enlouquecido, a privamos de tudo, da Corte, de seus filhos que sobreviveram e juraram lealdade a nós, a mim.

A última verde sobrevivente foi trazida até a sala do trono e posta de joelhos perante a mim e minha Corte.

- Alicient Hightower, finalmente usando uma cor que não seja verde. - eu debochei descendo do trono.

- Eu odeio verde, ODEIO. Essa cor tirou tudo de mim. - ela chorava de raiva.

- Querida, você escolheu seu próprio destino, não culpe a merda da cor. Agora você será condenada, nós a julgaremos por seus crimes. - Daemon começou. - Está sendo julgada por traição, usurpação, conspiração contra o reino e atos de guerra. Como pode responder à esses crimes? Decapitação é o meio mais favorável para isso. - meu tio falou para ninguém em especial.

A verde começou a chorar e rezar e implorar, eu iria deixar que ela fizesse isso e a mandaria para morte. Mas um olhar para minha irmã e eu soube que deveríamos ser superiores a ela, a sua laia de verdes.

- Não. - meu tio me olhou boquiaberto - Alicient não terá o mesmo destino do pai, será trancafiada em uma torre até seus últimos dias de vida. Está decidido. 

Essa última parte eu disse para meu marido em especial. Quando só restava eu e ele na sala do trono eu o desci e caminhei até sua direção.

- Por quê? Depois de tudo, Viserra.

- Não era o certo, ela foi manipulada pelo pai, Daemon. Deixe-a trancafiada em uma torre.

Meu tio havia se tornado rebelde, até comigo. Eu não entendi o que estava acontecendo. Me dirigi até meus aposentos na Fortaleza Vermelha e o encontrei sentado na varanda limpando a Irmã Sombria.

- Precisamos conversar, Daemon.

- Eu sou sua Mão, sabe. Deveria me ouvir mais.

- Eu não posso matar Alicient. - falei parando em sua frente. - Entende não entende? Deveria entender pelo menos.

- Eles te traíram, usurparam você enquanto lutava uma guerra por eles.

- Sim, e eu matei meu próprio irmão. Tem noção do que é matar seu próprio irmão? 

- Não, sobrinha, eu não tenho. Mas a questão é fazer eles pagarem.

- Acha que se ela morrer agora do que viver presa sozinha pensando na família que perdeu não vai ser melhor do que ... AH puta merda. - um líquido quente desceu sobre minhas pernas.

Não não não, eu estava grávida, de dois meses apenas. Não havia contado para ninguém ainda, nem para meu tio.

- O que ta acontecendo? - Daemon perguntou assustado vindo ao meu encontro. - Guardas, chamem um meistre. 

Eu havia perdido meu bebê, ninguém sabia sobre ele. 

- Por que não me contou? - Daemon disse quando eu acordei.

- Você se afastou de mim, como eu saberia que ainda me amava?

- Viserra, sua idiota. Eu te amo mais que qualquer coisa, e sempre te amarei.



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