2. Crazy

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Hoseok não esperava nada daquela noite. Era a terceira ou quarta noite que rodava o bairro, indo a cada bar e boate com eventos do microfone aberto e nada encontrava. O Jung era um alfa. Filho e neto de advogados prestigiados e com um dos maiores escritórios da Coréia. Mas ele gostava mesmo era de música.

Cantar, compor, produzir... cada aspecto do processo era fascinante para o alfa lúpus.

Ele tinha vinte e quatro anos, e faltando menos de um semestre o alfa trancou a matrícula na universidade de direito, largou tudo para trabalhar na empresa da família do melhor amigo. Parecia um caso de mudança de corpos ou até mesmo de personalidade. Pois, enquanto Namjoon nasceu no meio artístico e vinha construindo a carreira no direito, o Jung nasceu e foi criado para ser o sucessor de seu pai, mas preferia a carreira artística. Talvez por isso se dessem tão bem. Entendiam muito bem o que era não suprir as expectativas dos próprios pais.

Na mesa, no fundo de um bar meio caído, o alfa bebia uma caneca de chopp bem gelado, já que ali não vendia o tipo de bebida que estava acostumado. Mas de certa forma, isso parecia bom. Até mesmo promissor, já que se sentia muito longe da sua zona de conforto.

O alfa estava caçando. Sim, literalmente caçando um talento. Quando chegou ali, buscando uma oportunidade na Rkive Music, foi desafiado pelo "tio" a encontrar um talento genuíno e se o encontrasse, seria promovido.

E ele fez isso. Ele literalmente esbarrou em Jungkook em um dia e teve certeza de que encontrara o seu talento. Um vocalista magistral genuíno e que se tornou popular em tão pouco tempo, quanto ele teve em se sentir bem com o seu achado. O álbum vendia feito água e o ômega teve uma ascensão meteórica. Mas foi um golpe de sorte e ele sabia disso. Assim como seu tio também sabia, então o desafiou a repetir o feito.

Hoseok só não imaginou que seria tão difícil.

Seria muito fácil, ir até uma praça e procurar um artista tocando ou cantando por alguns trocados. Mas o alfa queria um desafio. Queria levar ao topo alguém do movimento underground, que não cantasse nada que fosse comercial. Ele queria alguém que fosse tão apaixonado pela música quanto ele era. Queria um artista de verdade.

Namjoon dizia que esse tipo de prodígio musical não se encontrava em qualquer lugar e nem mesmo podia ser fabricado. Ele concordava em parte, mesmo que tivesse literalmente esbarrado em um, Hoseok tinha certeza de que poderia sim criar o próximo artista da Rkive.

Então ali estava ele. Perdendo mais uma noite, procurando a pessoa que transformaria todo o conceito de arte para ele, então o alfa o transformaria no artista mais consumido dos Estados Unidos. O bar ainda estava meio caído, tocando alguma coisa pop e o microfone aberto seria depois da banda. Olhando para o relógio, Hoseok se perguntou se poderia dar uma saída e voltar somente quando começassem a cantar, mas já estava ali e a cada minuto que se passava, o bar ficava ainda mais cheio.

Namjoon estava estudando para o seu primeiro caso e não apareceria naquela noite, então era só ele, contra o limite de tempo estipulado pelo tio. O alfa ainda se perguntava se aquele era o local certo, quando as luzes foram direcionadas para o pequeno espaço do palco e a música ambiente cessou para que o garçom fosse escutado em meio à cacofonia de vozes, o tilintar dos copos de vidro e o barulho do tráfego do lado de fora.

O garçom anunciou a banda com o nome mais ordinário que já tinha escutado para uma banda de rock. Mas quando uma introdução deliciosamente familiar começou e uma voz grave sussurrou a introdução de Crazy do Aerosmith, Hoseok conseguia ver muito potencial em ambos. A estrutura simplificada da banda, ganhava muitos aspectos positivos do multitalento dos dois vocalistas. Se os agenciasse, o alfa os colocaria em nichos distintos, além da banda e aquilo dominaria o mercado da música estadunidense, ele tinha certeza daquilo.

Stereo Hearts  [YoonSeok/Sope]  A|B|OOnde histórias criam vida. Descubra agora