𝐅𝐑𝐈𝐄𝐍𝐃𝐒; 𝘉𝘢𝘫𝘪𝘍𝘶𝘺𝘶

𝐕𝐈𝐈

Após encerrar a ligação com Kisaki, continuei devaneando sobre aquele nome. As palavras de Ryoko ainda estavam rondando minha cabeça, e, as lembranças que tanto odeio faziam minha mente girar.

  Cheguei em minha residência em pouco tempo, por mais longe que seja da casa de Baji, não sou do tipo que pilota devagar. A primeira coisa que tenho a visão é de Natsu, meu pai, sentado no sofá — era surpreendente o ver fora de seu quarto, e sóbrio —, tinha o mesmo olhar perdido de todos esses anos que estamos sem minha mãe.

  Minha família, inicialmente, era composta por Natsu, um ômega dominante, e Diana, uma alfa dominante. Nossa família que era perfeita — do nosso jeito —, no fim, foi por água a baixo, desde que minha mãe faleceu. Depois do ocorrido era difícil ver Natsu, eu mesmo entrei em estado de descrença, e, tudo piorou com aquele ocorrido, que deixou minha mente ainda mais fora de ordem.

— Você chegou cedo... — a voz de meu pai era monótona. Tinha olheiras profundas em seu rosto bonito, a camisola de seda emoldurando seu corpo deixava nítido que estava mais magro.

— Sim — respondi sem prestar muita atenção.

— Sente comigo, vamos tomar chá — seu convite me deixou ainda mais surpreso, não era todo dia que ele estava bem ao ponto de até ter uma refeição com outra pessoa.

  Não falei nada, apenas sentei no outro sofá. Finalmente reparei em Elsa, minha gata, no colo de Natsu, dentro de seu robe de seda, assim como a camisola branca.

— Você parece de bom humor... — falei.

— Achei outra foto da sua mãe — ele acariciava o pelo da gata delicadamente — Olhe.

  Meus dedos tocaram a foto que ele me entregou. Diana estaca usando vestido rosa na foto, Natsu usava saia longa cintura baixa e blusa colada com uma única manga, ambos brancos, eles estavam me entregando um presente na foto. Não me cansava de encarar aquela foto. Os longos cabelos loiros cacheados de Diana, seus olhos em tom rosado, o sorriso que sairia da minha mente. Natsu com os cabelos indo até a nuca, as madeixas loira e lisas emolduravam seu rosto, seus olhos azuis-esverdeados, o sorriso que nunca mais vi. Nenhum de nós foi o mesmo depois que minha mãe nos deixou.