𝐅𝐑𝐈𝐄𝐍𝐃𝐒; 𝘉𝘢𝘫𝘪𝘍𝘶𝘺𝘶

𝐄𝐗𝐓𝐑𝐀

  Passava pela porta do quarto de Chifuyu. Sentia a mão de Shuji em minha lombar, aquilo me trazia sensações estranhas. Era diferente de tudo.

— Tenho certeza que sua presença vai fazê-lo se sentir melhor, tio Natsu — me dirigi pela última vez ao pai de Yu.

— Descanse, Kiki. Vou cuidar do meu filho — havia um sorrido triste no rosto ridiculamente bonito do ômega —, não posso sempre o deixar em suas mãos.

  Sorri para ele. Natsu fazia o que podia, sua depressão o deixou fora de órbita por anos, se tornando negligente em prol de Chifuyu. Mas ele tentava, tentava o quanto podia.

— Pedi para que trouxessem meu carro — ouvi a voz baixa de Shuji ao chegarmos ao lado de fora.

  Sua mão ainda em minha lombar, firme e pesada. Me deixei ser guiado até o carro. Confesso que, a princípio, fiquei surpreso quando ele abriu a porta para minha quando viemos trazer Chifuyu. Mas ao vê-lo fazer de novo, compreendi que ele fazia de forma consciente e de bom grado. Um ato de cavalheirismo.

— Você não parecia o tipo cavalheiro — falei, zombando.

— E você não parecia o tipo sentimental — suas orbes se viraram para mim, muito rapidamente.

  Soltei uma leve risada.

— Muito menos você — disse, meus olhos na paisagem. Uma bela praia —. Mas, a poucos minutos você estava consolando um garoto que você nem conhece.