A ESCOLHA DO CHAPÉU

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A estação de Hogsmeade era pequenina e enevoada, e a noite cintilava acima de suas cabeças com uma lua cheia como um queijo. Alvo desceu de lá acompanhado de Escórpio, Rosa e Lisa, fascinado com a quantidade de alunos que desciam e com a amplitude do local. Seu peito tremeu de excitação, ansiedade, medo. Ele queria logo ver a tão famosa Hogwarts, escola de que seus pais e irmão falavam tanto, mas ao mesmo tempo, não queria nunca chegar, retardando ao maximo a seleção que poderia ser desastrosa, dependendo da casa que caísse.

Já devidamente vestido com os trajes e a capa que compunham o uniforme de Hogwarts, ele carregava consigo o malão, a vassoura e a gaiola de Fawkes. Eram tantas coisas que quase tropeçou.

— Primero ano! — berrava uma voz conhecida. — Alunos do primeiro ano!

Hagrid estendia-se não muito longe dali em meio ao fluxo de alunos que iam em direção as carruagens longínquas, segurando um lampião e custando para se manter em pé em meio àquela correnteza de crianças passando de um lado para o outro. Parecia mais velho do que nunca, mas mesmo assim continuava vivíssimo e forte. Era tão alto que causou admiração daqueles que nunca tinham o visto, como em seus dois novos amigos.

— Deus, que homem grande! — exclamou Lisa, embasbacada.

— Acha que é um gigante? — perguntou Escórpio a Alvo.

Ele não respondeu, apenas cortou a multidão em direção ao amigo com um sorriso no rosto. Puxou levemente suas vestes para chama-lo a atenção, e Hagrid estreitou os olhos e, ao reconhecê-lo, exclamou altamente.

— Alvo! — disse, puxando o menino para um enorme abraço que quase lhe quebrou umas costelas. — Deixe-me olhar para você.

E assim fez.

— Pelas barbas de Dumbledore, está a cada dia mais parecido com seu pai! — disse ele, emotivo. — Mas com toda certeza vai ficar maior que ele, sim. Nessa idade ele não passava de um toquinho, mas você não. Deve ter crescido uns cinco centímetros desde a ultima vez que te vi!

Alvo sabia que aquilo era um exagero, já que ele o vira apenas dias atrás em seu aniversário, mas decidiu não privar Hagrid de seus comentários fraternais.

— Onde está... ah, te achei. — reclama Rosa, alcançando a direita do primo e largando-lhe um soco forte no braço. — Nunca mais me deixe sozinha com ele!

E olhou nervosamente de soslaio para Escórpio, que vinha logo atrás. Hagrid saldou Rosa com as mesmas emoções enquanto Alvo coçava o braço socado e espreitava-a irritado.

Alvo iria apresentar seus novos amigos, mas Lisa se apressou.

— Lisa Shacklebolt, senhor! — ela estendeu a mão empolgada. — Agora me lembro, já vi o senhor no Caldeirão Furado antes, sim?

Hagrid pareceu ter adorado ouvi-la chama-lo de senhor.

— A filha do Quim! Ah, não me esqueço deste rosto nunca. Tem os olhos da mãe! Você também cresceu muito desde a última vez que te vi! Bem, que boa companhia vocês estão, Alvo e Rosa. — ele diz encantado, mas Elisabeth nem mais prestava atenção nele, agora já parecia encher o ouvido de Escórpio de informações.

— Verifique se nos botes você estará bem assentado, sim? Meu pai disse que existe uma lula-gigante no fundo do rio que atravessaremos! E por mais que ela seja inofensiva, presumo que não deve ser agradável ser agarrada por tentáculos gosmentos antes mesmo do jantar... — explicava ela.

Algo sobre o jeito de Lisa Shacklebolt de falar lhe lembrava um pouco o tom de zelo e proteção de sua mãe... ou qualquer mãe no mundo.

— Bem, estão todos os alunos do primeiro ano aqui? Ótimo, sigam-me todos!

Alvo Potter e a Chave de PrataOnde histórias criam vida. Descubra agora