A TOCA DOS ANCIÕES

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Depois de saírem da caverna no meio do pacífico e voltarem para o castelo, o tal Professor Kirke entregou uma xícara pra Alvo, que estava sentado em uma imensa poltrona de frente para a lareira do intitulado escritório do local. O escritório, e não podia ser diferente, também eram muitíssimo peculiar. O espanador de pó se movia sozinho, o abajur se inclinava para clarear melhor o que os velhos faziam, as velas flutuavam, mudando a cor de sua chama repetidamente, e até mesmo o tapete contido no chão parecia mover suas abas conscientemente. Até o fogo da lareira estava jogando-se para mais perto dele, como se estivesse curioso para ouvir o que seria dito. Tudo naquele castelo parecia vivo, funcionando junto, em todo lugar, ao mesmo tempo. Alvo estava demasiado estupefato com o lugar para notar os senhores a sua frente, ou sequer pensar na enorme confusão que havia se enfiado, mesmo que não ainda a entendesse. Havia invadido a casa de um docente de Hogwarts, e ainda por cima havia roubado algo. Estava em uma enorme enrascada, oh sim, mas não conseguia dar importância para aquilo agora. Estava perdido demais em imensa admiração, com os olhos verdes fixos na colher que flutuava em sua direção para adicionar cubos de açúcar em sua xícara.

— Tome tudo, garoto. É chá de begônia. Faz bem para os nervos. — disse Kirke.

O menino pegou a xícara, olhando o conteúdo por algum tempo antes. Levou até a boca, pronto para beber, mas ao levantar os olhos, viu Makaila e o velho barbudo o observando curiosos na outra poltrona, sem nem mesmo desviar os olhos. Assumiu certo rubor e decidiu estufar coisas em sua boca outra hora, quando estivesse livre de observações.

— Vocês vão me entregar para os aurores?

— Aurores? — Makaila, a menina de sobrancelhas nervosas, indagou com incredulidade. — Ele está brincando, não está?

— Não vejo porquê ele faria isso. — disse o velho com a maior barba que Alvo já vira, puxando um cachimbo e colocando-o entre os lábios. — É evidente que o menino não faz ideia de nada.

Finalmente, falaram uma língua que Alvo compreendia. De fato, ele não fazia nenhuma ideia de nada que estava a ocorrer. Assentindo imensamente para o que o velho dissera, Makaila ainda não pareceu convencida.

— Mas Barba Longa, ele tentou roubar a pedra!

O tal Barba Longa bateu seu cajado, e quando o cristal brilhou, seu cachimbo acendeu. Ele tragou tranquilamente, soltando a fumaça em tempos pausados.

— Sim. Mas não me preocupa ele ter tentado. Me preocupa ele ter conseguido.

— Um ladrãozinho muito ardiloso. — uma voz masculina soou muitíssimo perto de Alvo, fazendo-o girar abruptamente em reflexo defensivo, deixando sua xícara cair ao chão. Ela se consertou magicamente no mesmo instante.

— Quem disse isso?

— Hm, sim, um ladrãozinho bem melhor do que o antigo. O garotinho que tentou na última vez nem passou pela porta! — desta vez fora uma mulher, e ambos começaram a rir altamente.

Apenas o garoto parecia preocupado com a presença daquelas altas vozes que não pertenciam a nenhuma figura visível. Professor Kirk, no entendo, bateu sua bengala duas vezes no chão, impaciente.

— Martia, Coronis, quietos.

Os risos cessaram. Demoraram alguns segundos até que compreendesse que haviam sido os dois texugos esculpidas na madeira da bengala do professor que haviam falado. Eles estavam entrelaçados na região do puxador, e seus olhos estavam fixos no visitante, piscando por algumas vezes.

Alvo se sentia como um trouxa naquele castelo.

O estranho professor Barba Longa alisou sua barba esbranquiçada enquanto perguntava:

Alvo Potter e a Chave de PrataOnde histórias criam vida. Descubra agora