PRESENTE DE NATAL

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Depois do jogo de Quadribol que levou a Grifinória a vitória, as coisas começaram a melhorar consideravelmente para Alvo. Michael adorara toda a atenção que estava recebendo por ter feito absolutamente nada, e então ele e o resto do time concordaram que Alvo era quem deveria jogar — mesmo que com a aparência de Kess. E, para ser sincero, ele realmente estava gostando muito dessa coisa de ser um membro fantasma do time: agora ele podia fazer algo que gostava muito sem receber as exacerbadas atenções que sempre odiou, além do mais, as únicas pessoas que estavam a par de seu segredo eram justamente as que ele mais gostaria que soubessem, sua família e amigos, que agora não mais pensavam mal dele por ser de outra casa e péssimo nas disciplinas mágicas. Estavam tão gratos pelo risco que o garoto estava tomando que pararam de se lembrar de quão ruim ele era nas outras matérias e voltaram a falar sobre como ele era parecido com o pai. Até se ofereciam para ajuda-lo com as atividades. Na semana anterior, Blake o ajudou com a lição de transfiguração, e Corey Parkin o treinou em combate para a avaliação de defesa contra as artes das trevas, até mesmo deixando com que Alvo e seus amigos se juntassem aos alunos mais velhos no clube avançado de DCAT... não que fosse muito proveitoso a ele, é claro, já que não conseguia produzir feitiços. Pelo menos os outros três estavam aprendendo muitas coisas.
Por isso, Alvo começou a pensar que talvez agora as coisas fossem dar certo.

De toda forma, o Natal já estava se aproximando. Alguns dias antes do evento, o cheiro de biscoitos de gengibre e pinheiros invadiu o local, fazendo Alvo acordar cedo com um sorriso. Aquele não era o inverno mais rigoroso que ele já viveu; havia até parado de nevar, e as brisas não estavam assim tão fortes aponto de impedir que os alunos perambulem do lado de fora, mas mesmo assim havia mais de um metro de neve branquinha cobrindo os arredores.

Enquanto tomava café no salão principal,  que agora estava decorada com belíssimos festões de azevinho e visco e doze árvores iluminadas por cristais e velas, pouquíssimas corujas saudaram os alunos devido ao frio, e Athena, a de seu pai, foi uma delas. Foi uma carta breve, mas agradável, onde ele e Gina expressavam suas felicidades por Alvo estar gostando de Hogwarts e prometiam guloseimas para o Natal. Alvo já sentia um pouquinho de saudade de casa, e não via a hora de poder comer uma das tortas de amora caseira da vovó Molly.
Escórpio contava um pouco sobre os natais em sua família quando Rúbeo Hagrid apareceu por ali, arrastando um imenso tronco de pinheiro.

— Hagrid! — Alvo saudou-o, o abraçando. — Como você consegue arrastar algo tão gigante?

— Ora, basta ser bem gigante também. E por minha sorte, eu sou, ou pelo menos, meio gigante. E vocês, irão ficar para o natal?

— Ah, não. Vou para a Toca, como todo ano.
Seria uma situação difícil, finalmente enfrentar sua família depois de tudo que ocorrera. A casa que caíra, as amizades que escolhera... mas não daria para trás, por mais difícil que fosse.

— Meu pai disse que vamos passar o natal com meu avô. — disse Escórpio, fazendo uma expressão chateada. — Mas no meu caso, isso não é nada animador.

— Ora, anime-se. É só uma noite. Logo você estará de volta. Aqui, tome isto. — e tirou do bolso e entregou a Escorpio um saco que cheirava a esgoto.

Alvo fez uma careta, cobrindo o nariz.

— O que é isso?

— É comida para Tronquilho. Serve também para ratos da Amazônia. Para te ajudar com seu reservatório de animais. Eu tinha um também, quando era da idade de vocês. — e Rúbeo colocou a mão na boca, sussurrando. — os armários são ótimos para escondê-los. Conheço um feitiço para aumentar espaço supimpa.

Alvo percebeu que Hagrid e Scorpio eram muito parecidas um com o outro... não em aparência, é claro, mas em personalidades. Ambos eram amigáveis e adoravam criaturas fantásticas.

Alvo Potter e a Chave de PrataOnde histórias criam vida. Descubra agora