Como Alvo já suspeitara, vovó Weasley transportou o aniversário dele para os jardins, já que a cozinha minúscula tinha uma mesinha que cabiam poucas pessoas, e, por ter tido cinco filhos casados e vários netos, era inviável e inútil.
No momento em que, colado à mãe, que tentava sem sucesso arrumar os cabelos incorrigíveis dele, ambos adentraram na lareira e gritaram alto ao jogar pó de flú em seus pés:
— A Toca.
Ele saltou em meio a espirros em uma salinha bastante confusa e colorida, cheia de móveis e decorações amontoadas por todos os cantos do minúsculo local. O usual relógio onde continha o rosto de cada um dos membros da família nos vários ponteiros agora se amontoavam um em cima do outro onde estava escrito a toca. Alvo amava aquele lugar.
Mesmo com a falta de espaço, todos os adultos encontravam-se exprimidos e reunidos dentro da casa, preparando os comes e bebes para a festança que costumavam fazer sempre que um familiar completava mais um ano de vida antes de ir para Hogwarts. Vovó Molly, uma mulher baixinha e rechonchuda de cabelos laranja presos em um coque mal feito, largou a panela que estava mexendo subitamente e correu até Alvo, o abraçando tão forte que o menino sentiu o sangue parar de circular. Vovô Weasley também entrou no que acabou virando um abraço coletivo.
— Feliz aniversário, Al. — disse vovô Weasley. — Como você cresceu! Parece um filhote de gigante!
— Bem, ele não é parente do Hagrid. — a velha bruxa brincou, mas depois disse melancólica. — Onze anos! Céus, ainda ontem era tão pequeno. Já está pronto para ir para Hogwarts? Já comprou todos os materiais? E o uniforme?
— Vamos comprar tudo amanha mesmo. — disse ele.
E só depois de fazê-lo experimentar o cachecol laranja que ela tricotara que enfim Alvo pode se juntar aos outros parentes, que lhe abraçaram e desejaram feliz aniversário. Alvo já foi preparando a bochecha para o abraço da tia Fleur, que o apertou tanto que essas ficaram dormentes.
— Feliz aniverrsarrio pequen Alvo. — dizia ela com seu sotaque eterno e sorriso encantador.
— Obrigado, tia Fleur. Onde está o resto do pessoal?
Vovó Weasley apontou para os jardins.
— Metade está lá fora desgnomizando. O pequeno Hugo até levou uma mordida. Não precisa ajudar eles se quiser, querido, hoje é seu aniversário. — e acariciou o topo da cabeça de Alvo, mas logo assumiu uma feição de desaprovação. — Bem, e a outra metade está na sala na frente daquela tranqueira estranha que o Arthur arrumou no ano passado que eu já pedi mil vezes para ele jogar fora.
Vovô Weasley revirou os olhos como se já estivesse cansado de ouvir aquilo.
— Já te disse, Molly querida, não é tranqueira, é um ventilador, um objeto trouxa usado para driblar o calor.
— Tudo que se é achado em uma lixeira de Londres e vive coberto de poeira é uma tranqueira, em minha opinião...
Atrás deles, sr. Potter surgiu da lareira com Tiago e Lilian, que pareciam bastante aborrecidos, exceto é claro por Tiago.
— Desculpem a demora. Tiago teve um probleminha com os snaps explosivos que estava carregando. — e lançou um olhar acusador para o filho, e soltou um sorrisinho culpado.
Não tardou a chegada deles e Tia Hermione e Tio Rony já apareciam na cozinha, imediatamente cumprimentando Alvo com piadas bobas da parte de Rony e repreensões quanto as piadas da parte de Hermione. Logo os dois juntaram-se a uma animada conversa com Sr. Potter e as crianças.
— Alvo, é impressionante como você está cada ano mais parecido com o Harry na sua idade. — disse tia Hermione.
— Só faltou a cicatriz na testa. — observou Rony. — Se quiser, eu posso fazer um feitiço...
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Alvo Potter e a Chave de Prata
Fiksi PenggemarDezenove anos haviam se passado quando aquela névoa agourenta e sinistra voltou a comprimir as janelas das casas dos bruxos e trouxas, trazendo outra vez uma longínqua sensação de insegurança e medo, que não era sentida por ninguém desde a queda de...