A FLORESTA PROIBIDA

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— ARRE! Alvo, quer parar? — brada Escórpio após levar outro susto, sentindo algo lhe beliscar as costas.

Alvo se despiu da Capa, rindo divertidamente ao tornar-se visível. Ravi e Chuck também caíram na gargalhada, sentados na cama de seus dormitórios enquanto assistiam com animação a exposição de seus presentes de natal.

— Foi mal, você sempre se assusta, nunca perde a graça.

— Muito engraçado... — disse ele, coçando a região. Mesmo assim, ainda estava muito encantado com o presente que Alvo recebera. — Tiago não se importou de você ter ganhado em vez dele?

Alvo ajuntou a Capa, socando-a dentro da bolsa. Não iria ficar a expondo muito, ainda mais quando havia uma cleptomaníaca conhecida como Mérula Snyder a solta pela Sonserina.

— Ele ficou mais impressionado com a nova Firebolt.

— Bem, não podemos o julgar, certo? — Ravi diz, sonhador. — É uma escolha muito difícil!

— Difícil? — Escórpio não acreditou no que ouviu. — Acham difícil escolher entre uma relíquia milenar e uma vassoura que todo ano inventam uma versão melhor?!

Alvo concordava plenamente com Escórpio, mas Ravi e Chuck só pensavam neles mesmos montados em Firebolts novinhas jogando no time de Quadribol, sendo aplaudidos por toda a escola. Serem vistos e venerados, na opinião deles e de Tiago, era muito mais interessante do que se manter invisível abaixo de uma Capa.
Mas Alvo tinha que discordar. Tal como Escórpio, ele via certa magia em ser invisível. Gostavam de ser como as pessoas que não apareciam nos jornais, vivendo nos espaços em branco das bordas dos livros e nas lacunas entre as histórias. Isso lhes dava mais liberdade.

Talvez por isso eram tão amigos.

Escórpio havia passado um natal extremamente entediante na casa de seus avós sangue puristas que odiavam sua mãe, cujo clima, segundo ele, era tão tenso que parecia que iria explodir a qualquer momento. Ele também lhe contou com satisfação que seus pais haviam ficado muito felizes com a amizade dos dois e convidaram Alvo para os visitarem nas férias de verão, onde acampariam na natureza selvagem por uma semana. Alvo ficou bastante empolgado com a ideia.

Mas o que realmente fez toda a diferença foi quando Alvo contou que seus pais também se agradaram muito da amizade dos dois. Escórpio se iluminou como mil faróis no breu.

— Irei acampar com você nas férias. — declarou enquanto zarpavam para as aulas.

— É serio? — Escórpio indaga, surpreso.

— Sim. Mas só se aceitar ir com a gente para a Copa Mundial de Quadribol. — ele condiciona, tirando de dentro da bolsa seu exemplar de Quadribol Através do Século, entregando-o. — Espero que até lá já tenha aprendido alguma coisa!

O Malfoy sorriu tanto que sua bochecha ficou vermelha. — Até lá, terei me tornado o maldito Gonzalo Flores!

Rumaram então para a sala de Poções, que seria a primeira após o recesso de natal, e Alvo não podia evitar sua imensa animação. Finalmente havia completado a tarefa passada com muita destreza pelo professor Barba Longa, que os ensinara a observar vestígios ocultos de magia ancestral em objetos. A capa de Ignoto Peverell continha essa magia rara bem escondida em seu tecido, e Alvo fôra bastante feliz em observar seu brilho aplicando os três passos: Desconfiança, Análise e principalmente a Técnica, que fora belamente executada. A partir de agora, conseguiria sempre achar objetos impregnados de magia ancestral, mesmo que estivesse oculto a vista. Havia cumprido o primeiro desafio para se tornar um grande mago ancestral, e melhor de tudo, fizera isso antes de Makaila. Essa particularidade fazia com que fosse impossível Alvo retirar um sorriso dos lábios. Só de imaginar aquelas grossas sobrancelhas franzidas em puro ódio quando percebesse que foi derrotada em seu próprio jogo... ele mal podia esperar para ver a cara dela!

Alvo Potter e a Chave de PrataOnde histórias criam vida. Descubra agora