Carro do Pânico

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Estava sentada ao lado de Mel no sofá, estávamos relembrando de momentos felizes juntas antes de conhecer os garotos. Lembrando de como éramos felizes juntas, de como ficamos amigas e outras memórias boas e nostálgicas. Antes que pudéssemos mudar nosso assunto percebemos que os garotos estavam muito agitados, muito tensos. Georg e Tom estavam conversando e Tom estava tremendo de tão nervoso e tenso que estava, Georg estava tentando acalmá-lo olhando em seus olhos e dizendo "escuta! A gente vai resolver isso". Bill e Gustav estavam na garagem mechendo nos baús de armas. Mel estava ao meu lado observando por cima de meu ombro atrás de mim, enquanto observava o que estava ao meu redor e todo a agitação.

Escutamos um grito estridente vindo do quarto de Georg. A expressão de Tom revelava que ele estava apavorado, ele parecia estar nervoso e tenso sabendo que algo inesperado aconteceria. Fizemos contato visual e Tom balançou a cabeça em aprovação o que me permitia subir e ver o que aconteceu. Mel me acompanhou até o quarto desesperada, a porta estava levemente emperrada. Um mínimo esforço poderia abri-la. Ao abrir a porta me surpreendi ao ver Yara caída no chão perto da cama, sua garganta escorria sangue, ela estava com sua boca sangrando e seu cabelo no rosto um pouco vermelho. No canto de sua testa branca havia um pequeno hematoma, em um ponto que a poderia deixar tonta.

Olhei para Mel que tinha lágrimas em seus olhos, ela estava surpresa por ver Yara sem vida. Eu estava em choque, sabia que havia algo errado na casa que a qualquer momento alguma coisa poderia acontecer.

"O que aconteceu?!" Tom pegou em meus ombros me encarando sério e com nervosismo em sua voz.

Tentei dizer, mas estava em choque. A imagem de Yara no chão do quarto de Georg estava em minha mente. Seria difícil para esquecer e ficaria dias sem dormir. Estava em estado de choque e não conseguia dizer nada, talvez uma crise de ansiedade.

"Yara...está morta" Mel disse em desespero ao cair nos braços de Bill que estava logo atrás de nós.

Ao ouvir Tom me abraçou, colocando minha cabeça contra seu peito. Abracei sua cintura e logo lágrimas começaram a cair de meus olhos, molhando a camiseta larga e branca de Tom. Com suas mãos ele pressionava nossos corpos para um abraço mais apertado, pude sentir o calor de Tom e um sentimento de carinho.

"Precisamos sair daqui!" Ele explicou levantando meu queixo levemente.

Sua face era de raiva e tensão, ele poderia fazer algo a qualquer momento. Antes de sairmos ele descarregou todas as armas e as colocou em seu porta malas em seu carro preto. Georg estava chateado, mas não queria admitir que gostava de Yara. Ele estava sentado com a porta de seu carro aberta, podendo ver o banco do motorista e o do passageiro ao seu lado. Suas mãos estavam ao volante apoiando sua cabeça. Me aproximei colocando minha mão sobre seu ombro ainda com lágrimas caindo de meus olhos. Dei uma leve tapinha em seu ombro e Georg deixou escapar uma lágrima.

Não conseguia dizer nada para ele, as palavras não saiam, e se saíssem, seriam falhadas.

Bill estava abraçado com Mel, que estava aos prantos chorando. Ela é Yara eram mais próximas que ela e Liza, que por sinal estava com Gustav chateada também. Todos lamentavamos a morte de Yara, a garota loira com mecha brancas. Tom aparentava não se importar, ele era assim insensível. Mel se acalmou e todos saímos de carro, eu estava ao lado de Tom em seu carro. Os ledes azuis não brilhavam com intensidade por ser de tarde. Tom estava na frente e os outros três carro atrás de nós. A sensação de adrenalina e um pouco de medo ainda estava em minhas veias, Tom tinha seus olhos focados na estrada, ele estava sério. Senti sua mão acariciar a minha ao seu lado e logo deixa-lá. Dei um sorriso ladino de leve, apesar de toda tensão e nervosismo pude notar que Tom queria que eu estivesse calma. Me desesperar apenas iria piorar a situação.

Estava perdida em pensamentos alheios ainda com a imagem do falecido corpo de Yara em minha mente. Não conseguiria tirar aquela imagem de minha cabeça por um longo tempo. Ouvi um som de vidro quebrar e abaixei a cabeça, o carro balançou um pouco e logo voltou ao normal.

"Que merda!" Tom gritou batendo sua mão ao volante, ele estava bravo agora.

Tom estava com raiva em seu olhar, suas veias pulsavam do seu braço. Ele estava concentrado e não ousaria o desconcentrar. Ouvi mais tiros, e virei-me para trás, Tom parou seu carro de repente e começou a andar para trás. Me dei conta que os outros não estavam mais conosco. Onde estavam Bill, Mel, Gustav, Liza e Georg?

Senti meu coração acelerar, estava nervosa. Estava entrando em pânico e Tom percebeu, ele me encarou sério, mas com suas sobrancelhas um pouco levantadas. O ar estava a cada minuto mais difícil de respirar. Sem entender o que estava acontecendo entrei em pânico, sentia dores em meu tórax e conseguia ter sensações de desconforto sem motivo. Minhas pupilas dilataram e pude ver minha visão embaçar e aos pouco escurecer.

TOM's POV:

Esther estava tendo um ataque de pânico ao meu lado com o carro em movimento. Parei para olhar seu estado e tirei meus olhos da estrada por alguns segundos, a estrada era vazia, não faria problema. Ela tinha seu rosto em expressão de desespero, sua respiração era ofegante e ela pressionava suas mãos sobre a região de seu tórax. Ela estava inquieta e agitada. Estávamos sozinhos na estrada, havia despistado os carros que estavam me perseguindo. Acabei nos perdendo dos outros enquanto dirigia. Estacionei o carro no meio de um pouco de mato, onde daria pra ver a estrada sem sermos vistos. Coloquei Esther no banco de trás enquanto a mesma ainda se debatia em desespero. Ela chorava e gritava chorando e ofegante. Sentei ao seu lado, pressionando seu corpo elétrico ao meu para acalmá-la.

Em pouco tempo percebi sua agitação parar aos poucos, ela estava se acalmando e cedendo ao meu abraço. Ela estava relutante para colocar seu braços em meu corpo, reciosa se deveria ou não.

Estava em duvida se contaria a ela ou não o que estava acontecendo. Não gostaria que ela entrasse em pânico novamente por tudo estar tão tenso e confuso. Precisava mantê-la calma para resolver tudo. Contar a ela que os homens pelo qual eram comandados por Brian voltariam comandados por Kayle, a mãe de Brian. Ela estava atrás de nós, ela queria matar a todos. Ela era mais intensa que seu marido e Brian Juntos. Ela era conhecida por "Lady Bloody Eyes" por ser uma assassina intensa, de sangue nos olhos e uma psicopata. Kayle era uma psicopata desde muito nova, ela adorava ver sangue e sofrimento de suas vítimas. Ela amava torturar mulheres, não me surpreendo que ela iria gostar de ver Esther morrer.

Estava disposto a proteger Esther de morrer nas mãos dessa mulher. Me sentia estranho por querer protegê-la, ela seria mais uma das minhas "prostitutas", mas nunca se deixou ceder a ser minha. Esther não cedeu a mim, eu apenas a forcei. Tomei como minha quando na verdade ela não queria e nem era. Me senti responsável por minha ação pela primeira vez, senti que não deveria ter feito.

"Tom..." Esther murmurou a me chamar, ela estava com seu corpo contra o meu ainda.

"Tô escutando" Respondi sério limpando a garganta.

"O que está acontecendo?" Ela perguntou me fazendo pensar "Por que Yara morreu? Por que toda essa tensão?" Esther completou sua pergunta.

"Quando puder...prometo te contar" Respondi com nervosismo em minha voz.

Podia sentir sua sede pela verdade, pelo que estava acontecendo. Tive medo de lhe contar naquele momento, não tive coragem de fazê-la entrar em pânico novamente. Não queria que ela passasse mal novamente. Aquele sentimento de preocupação era estranho, nunca havia sentido. Talvez Esther fosse quem me trouxe sentimentos e sensações novas.

Pude sentir Esther adormecer ao meu colo, ela estava cansada, não dormiu por dias, e seu pânico no momento havia roubado as suas poucas energias. Estava acostumado a ficar acordado por muito tempo sem dormir. Senti seu corpo relaxar em cima do meu, seu cabelos ruivos estavam caidos sobre meus braços. Seus olhos estavam vermelhos e pouco inxados, pude ouvir sua respiração pesada contra meu peito. Esther me deixava confuso, poderia mudar de humor sem qualquer previsão por causas de suas lembranças e memórias ruins. Esther era a quem eu passei a me importar estranhamente e a fazer coisas que não faria. Invés de acalmá-la, poderia lhe dar um tiro, pois seu desespero e pânico estavam me deixando nervoso. A deitei no banco de trás e voltei para o banco do motorista, me sentando e pensando seriamente no que faria. Claramente passaria a noite ali, seria arriscado enfrentar aqueles homem a noite e sozinho.

𝐄𝐍𝐓𝐑𝐄 𝐎 𝐂𝐀𝐎𝐒 - Tom Kaulitz.Onde histórias criam vida. Descubra agora