Sofrimento Injusto.

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Tom recebeu alta e assim que soube não demorou para querer sair da cama do hospital, foi alegado pelos médicos que ele poderia voltar para casa.

Eu, Tom e Bill andávamos em passos apressados pelo hospital, minha mão não deixou a de Tom nem por um segundo. Seus passos e de seu gêmeo eram muito apressados, então eu tinha que correr pra acompanhá-los se quisesse. Eu estava tentando entender o que os gêmeos falavam entre si, além de acompanhá-los nos seus ritmos.

Ao entrar no carro e ligar o motor Tom saiu dando partida, ele estava dirigindo rápido, eu ainda tinha dúvidas do que ele faria.

"Tom!" Eu lhe chamei a atenção, ele estava nervoso e agitado. Quando chamei seu nome ele respirou fundo e se virou para mim.

"Fala Esther." Ele pediu.

"O que tá acontecendo?" questionei o maior ao meu lado.

"Você já sabe, não se finja de boba." Ele reclamou, claramente irritado.

"Eu sei que a japonesa quer a minha cabeça, mas por que essa agitação?" Interroguei Tom, eu queria que ele falasse o porquê de estar tão inquieto.

"Porque eu quero te proteger! Dá pra ficar quieta?" Tom bateu suas mãos no volante do carro, enquanto ainda estava em movimento.

Atendi como um sinal de silêncio, no fundo eu estava me sentindo chateada, porém culpada. Eu fiz Tom ser esfaqueado e ir para o hospital, agora atrapalhando Tom com a desculpa de proteção.

Eu estava em silêncio, ansiando perguntar para onde estávamos indo. Tom mantinha seus olhos no percurso, com a velocidade anormal, imagino quantas multas Tom já deveria ter levado. Eu acredito que os médicos sabiam de problemas mentais que Tom deveria ter, porém eu me recusaria a acreditar dizendo "é apenas o jeito dele!". Tom ia se virar para falar comigo, mas foi interrompido, com tiros. O carro preto brilhante da japonesa estava nos seguindo na estrada, a estrada vazia, o pior de tudo, era que eles estavam perto de nós. Tom murmurou um "Merda" e acelerou o carro, senti um frio na barriga me dominar, mas tentava não falar nada ainda.

Eu pude sentir a tensão em minhas veias a adrenalina, era possível sentir tudo. O veículo da japonesa se aproximou do meu vidro, e tentaram atirar em mim, porém não tiveram sucesso. Eu senti grande medo, as lágrimas eram desesperadas nos meus olhos, eu ainda me mantinha calada, desejando que tudo aquilo acabasse, era demais para a minha mente. Talvez se eu não tivesse saído do carro, tudo isso não estaria assim, ou estaria?

Eu me sentia a responsável por tudo, mesmo Tom não falando nada para mim. Eu estava em completo estado de choque, eu sentia medo, insegurança e adrenalina no meu sangue. Minha respiração pesava, eu sentia na pele o ar sair e não entrar nos meus pulmões.

"Esther! Querida fale comigo!" Tom gritou. Eu ouvia a voz dele longe, como se ele estivesse longe de mim, e a cada segundo ele se afastasse mais. Era muito para mim lidar, meu corpo era frio e gelado, meus olhos ardiam e as lágrimas distorciam minha visão.

Me virei para Tom com dor, era uma dor emocional, que doía como uma dor física. Ele me olhou com tristeza e desespero no olhar, enquanto segurava meu braço e a outra mão estava no volante do carro, seus olhos não ficavam totalmente focados nos meus, ele o oscilava entre a estrada e meu olhar. Eu sentia meu corpo todo doendo, era minha mente, minha mente me controlando, aquela que desde o começo me disse "não vá, você sabe como isso acaba." , mas nunca escutei, sempre achando que essa voz em minha cabeça era louca e confusa.

TOM's POV:

Me doía o coração de vê-la naquela situação, me amaldiçoando abundantemente por trazer todo aquele sofrimento injusto para aquela garota; seus 20 anos deveriam ser felizes, e não vividos da forma que estavam sendo. Consegui acabar com a vida de Esther em menos de 1 ano, me arrependendo de fazê-la viver aquele caos todo. Me perdoe Esther.

Segurava seu braço fortemente, o nervosismo deixava minha força incontrolável, não poderia controlar ela. Meus olhos tinham medo de olhar os dela e acabar nos deixando em perigo por não prestar a atenção no carro em alta velocidade.

Os disparos ainda tentavam nos atingir, porém dava tudo de mim para proteger ela, tentando desviar e acelerar ainda mais. O carro de Kayle tentava andar ao lado do meu, com seus homens empenhando-se para acertar as balas em nós.

Não tive muito tempo para pensar, tinha que nos tirar daquela situação, havia me perdido de Bill na estrada, graças aos japoneses malditos. Sem muito o que pensar, joguei o carro em um mato isolado falhando as rodas na lama. O carro girava ainda no chão, era como se estivesse em um drift porém o carro rodava sem parar. Pisei no freio, parando o carro imediatamente, era tão assustador para Esther, eu podia temer perdê-la, mas podia também temer vê-la indo embora pela própria segurança. Quando o carro parou, olhei para Esther com seus fios de cabelo ruivos na frente do rosto, ela estava em choque, sem dizer uma palavra. Pulei para seu lado no banco, colocando-a em meu colo, ela estava tremendo e com a respiração acentuada e rápida. Fiz sua cabeça deitar em meu ombro e suas mãos abraçar meu corpo, meus braços rodearam a vossa cintura e segurei as pernas dela para que não caísse. Minhas mãos acariciava os cabelos sedosos e ruivos dela, a passando calma e conforto. Os japoneses podiam pensar que fugimos ou sofremos um acidente, preferia que eles ainda tivessem essa dúvida e hesitassem vir conferir. Meus lábios encostaram na testa da ruiva deixando um leve beijo de carinho, enquanto dizia a ela o quanto ela foi corajosa, e que gostei que ela confiava sua vida a mim. A calma foi envolvendo o corpo dela, pude senti-la relaxar e respirar fundo.

"Quando tudo vai acabar?" Ela me questionou calma e confusa, sua voz tinha peso e medo, refletindo o quão reciosa estava.

"Eu não sei princesa, talvez quando me verem morto." Reconheci a gravidade da situação, resolvendo ser sincero com ela, sendo honesto e não escondendo nada.

"Eu não quero que você morra Tom." As palavras dela me surpreenderam, ela parecia estar sendo verdadeira com suas palavras. A ruiva moveu a cabeça para olhar pra mim.

Apenas não respondi, não sabia como responder suas carinhosas palavras, Esther era impressionante as vezes, sem poder prever o que sairia de dentro da boca dela. Eu sorri, abracei a ruiva mais forte e ficamos parados um tempo. Pensando bem, eu merecia morrer, de tudo de ruim que já fiz que aos olhos de religiosos e seguidores de diferentes religiões, eu era condenado ao inferno, eu sabia disso, porém ignorava e apenas dizia "que se foda". Entretanto, esse pensamento mudou, se minha Esther também deixasse de viver, eu não a veria, claramente eu iria para o inferno e ela iria para o céu, ser feliz e ter a vida que deveria, vendo que eu estraguei tudo passei a pensar isso, contudo eu não poderia mudar, passaria a vida toda preso se me pegassem e tentar mudar não daria certo, esse era meu destino o lugar onde acreditam que todos como eu vão, para pagar as maldades que fizeram em vida. Eu não acreditava de verdade, eram apenas dúvidas em minha mente, que as vezes faziam sentido e outras não.

...

era tarde, a lua iluminava a estrada e a brisa era fria, meus olhos não tiravam o foco. Esther dormia profundamente ao meu lado, ela não era acostumada a ficar dias acordada como eu, mesmo as vezes forçando ela a ficar acordada por mim.

Cheguei a uma estrada escura, parando meu carro, onde havia apenas um carro parado, com os faróis ligados, como se estivesse ali me esperando. Certamente, estava...

*
Fiz ótimos progressos na escrita e estou feliz por isso, me desculpem se demorei demais.

(16 dias é óbvio que demorei demais)
💋

𝐄𝐍𝐓𝐑𝐄 𝐎 𝐂𝐀𝐎𝐒 - Tom Kaulitz.Onde histórias criam vida. Descubra agora