11╵𝗗𝗡𝗔

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𝚃𝚘𝚖 𝙺𝚊𝚞𝚕𝚒𝚝𝚣

"𝗜 𝗴𝗼𝘁 𝗱𝗮𝗿𝗸, 𝗜 𝗴𝗼𝘁 𝗲𝘃𝗶𝗹 𝘁𝗵𝗮𝘁 𝗿𝗼𝘁 𝗶𝗻𝘀𝗶𝗱𝗲 𝗺𝘆 𝗗𝗡𝗔"

Retornaram juntos à fortaleza. Adentraram o local, e Tom permitiu que a garota fosse à frente enquanto se dirigiam às escadas. Continuaram a subida até encontrar um quarto com um banheiro anexo. Ao entrarem, os olhos da garota foram imediatamente atraídos por uma banheira de tamanho razoável. Sem hesitar, dirigiu-se à torneira e abriu-a, enchendo rapidamente todo o espaço com água gelada.

A porta do quarto permanecia aberta, proporcionando-lhe uma visão do rapaz sentado na cama, perdido em seus pensamentos enquanto observava através da janela. Com uma expressão despreocupada, retirou as joias extravagantes que adornavam seu corpo, colocando-as com delicadeza sobre a pia. Fazia isso com todo o cuidado para que Bill não ficasse chateado caso os acessórios fossem devolvidos com algum defeito.

Com gestos suaves, deixou o vestido deslizar por sua figura, deixando-o cair ao chão junto com suas peças íntimas.

O seu corpo adentrou a banheira, abaixando-se gradualmente até que suas nádegas encontrassem a superfície de pedra, quase submergindo na água gelada. Era uma sensação torturante, porém terapêutica. Seus olhos, pesados e vencidos pela noite, observavam a escuridão em um estado quase letárgico. Em um piscar de olhos, como se o tempo dançasse em câmara lenta, sentiu a presença de um corpo que se instalava bem atrás de si. A falta de constrangimento a envolveu; eram apenas dois corpos, dois seres comuns, compartilhando um espaço.

Imersa em seus próprios pensamentos, Rose perdeu completamente a noção do tempo enquanto permaneciam naquela posição. Quando finalmente percebeu que estava exagerando em seus pensamentos, deixou seu corpo recostar-se para trás, encontrando suporte no peito do Kaulitz, que estava coberto pelas tramas do tecido. Ainda vestido da cabeça aos tornozelos com aquele fato. Protegido de qualquer possível faísca que pudesse surgir caso suas peles nuas se tocassem por tempo excessivo. 

Encontrava-se incrivelmente próxima dele, junto daquele corpo que acolhia inúmeros que chegavam, habitavam e partiam. Uma figura estanque, que não se move mas se muta como reflexo do seu meio.

Quando a sensação de desconforto começou a se acentuar nas peles, devido ao tempo prolongado na água gelada, decidiram então direcionar-se para a cama, no mesmo quarto, sem trocar uma única palavra. Com um último olhar um para o outro, sob aquela luz azulada que os envolvia como um lençol, deixaram-se cair no sono. Rose era capaz de distinguir todos os detalhes ali presentes: a textura da pele, os poros dilatados no nariz ligeiramente empinado, as marcas que serpenteavam até o pescoço, os minúsculos pelos despontando nas bochechas e as sobrancelhas fartas e despenteadas, além das unhas das mãos, que estavam levemente sujas, repousando próximas ao travesseiro. A cena era reconfortante, uma vez que era nua e crua.

A noção de desejar tocar nele trouxe consigo uma sensação peculiar. Era estranho, pois minutos antes não havia sentido nada, e de repente, tudo começou a aflorar simultaneamente, como se seu corpo estivesse emitindo um aviso prévio. Uma sensação que se espalhava como vinho derramado.

Na manhã seguinte, era óbvio que ele não estaria sob os lençóis. Rose ergueu a cabeça, apoiando-se com os dois braços esticados em direção ao colchão, e observou a mesinha de cabeceira no lado onde o trançado havia adormecido.

Em cima dela, estava uma caixa com novos cartuchos, colocado bem ao lado de seu revólver, disposto como se fosse um presente.

(...)

𝗕𝗟𝗢𝗢𝗠𝗜𝗡𝗚╵𝚃𝚘𝚖 𝙺𝚊𝚞𝚕𝚒𝚝𝚣Onde histórias criam vida. Descubra agora