15╵𝗟𝗔𝗦𝗧 𝗥𝗘𝗦𝗢𝗥𝗧

110 12 5
                                    

𝚁𝚘𝚜𝚎 𝙱𝚊𝚞𝚎𝚛 ᵖᵒᵛ

Tom continuava a pressionar a carabina firmemente contra minha garganta, causando-me uma ânsia instantânea. Seu rosto se aproximava do meu, cada vez mais próximo, e seus olhos estavam fixos em mim com uma intensidade assustadora. Até que me beijou. Arregalei instantaneamente os olhos ao sentir o seu toque rude sobre a pele dos meus lábios, ele mantinha os olhos fechados e o peso do objeto ainda sobre mim. Empurrei o seu corpo para o lado, assustada e furiosa, enquanto levantava e limpava a boca com o dorso da mão.

Meus lábios formigavam com a sensação do beijo Minha respiração estava acelerada, e o coração batia como um tambor dentro do meu peito. Aquela ousadia tinha me pego de surpresa, e eu estava perplexa, mas também havia algo inegavelmente atraente na forma como ele havia agido.

"Kaulitz... O que você pensa que está fazendo?" a minha voz tremia ligeiramente.

Senti que ele estava convicto de seu ato e de seu impacto sobre mim. Ele sorriu de maneira confiante, olhando-me com um olhar desafiador. ''Apenas assegurando que proporcionarei o inicio do pior desfecho de todos, um que nem mesmo sua mente fértil será capaz de imaginar."

Ok, aquilo havia sido incrivelmente excitante. No final das contas, éramos dois otários atraídos pela dor, e não tínhamos nenhum medo de demonstrar isso um ao outro.

Uma sensação pulsante no meu íntimo instantaneamente se manifestou e só continuava a crescer, criando um desejo incontrolável entre as minhas pernas. Apenas um simples beijo tinha sido o ponto de virada inesperado.

Fomos interrompidos pelas luzes ofuscantes que surgiram à distância. Enquanto isso, um motor ecoava, com uma serendipidade sinistra, coincidindo com o instante em que a chuva começou a cair do céu.

Uma van branca apareceu e suas luzes se apagaram, como se estivessem lançando um encanto hipnótico sobre nós. Levantei-me do chão, ao mesmo tempo em que Tom também se erguia lentamente, mantendo sua carabina apontada na direção de um alvo ainda desconhecido.

Uma porta se abriu abruptamente, revelando uma figura despojada. Uma de suas mãos segurava o que inicialmente me pareceu uma arma, mas essa suposição desapareceu quando uma luz intensa jorrou da lanterna que ele segurava. Ele apontou em nossa direção e nos escrutinou de cima a baixo. Depois de concluir sua avaliação, como se estivesse confirmado algo essencial, moveu a luz em direção ao seu próprio rosto.

Ao me deparar com aquele rosto que me deixou perplexa, a voz de Tom ecoou atrás de mim, chamando pelo meu nome, enquanto eu pisava na grama úmida e me aproximava.

Fiquei fixamente olhando a figura diante de mim. Ele vestia uma bermuda marrom clara, uma camisa xadrez vermelha sobre uma regata branca. Nos pés, botas de chuva pretas. Seus cabelos curtos desciam até as bochechas, uma barba por fazer adornava seu rosto, assim como um grande bigode. Iniciei uma caminhada rápida, sentindo uma urgência interna que me instigava a me aproximar dele o mais rápido possível.

Minha corrida me levava por entre as altas folhagens, minhas mãos agarrando os talos como se eu estivesse atravessando um campo de milho. Era como se cada fibra da minha existência estivesse focada em não perder o homem barbudo de vista.

E então, num instante, nossos corpos colidiram em um encontro que pareceu transcender o tempo e o espaço. Aquele impacto trouxe consigo uma sensação estranha, como se um elo invisível se formasse entre nós. Uma certeza tomou conta de mim, uma convicção profunda de que qualquer lugar onde ele estivesse, seria um lar para mim. Mesmo que fosse apenas um vislumbre distante dela, eu sentia que ainda existia, mesmo que lá no fundo.

𝗕𝗟𝗢𝗢𝗠𝗜𝗡𝗚╵𝚃𝚘𝚖 𝙺𝚊𝚞𝚕𝚒𝚝𝚣Onde histórias criam vida. Descubra agora