16╵𝗝𝗨𝗦𝗧 𝗗𝗔𝗡𝗖𝗘

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𝗚𝗮𝗹𝗲𝗿𝗮, 𝗻𝗼 𝗳𝗶𝗻𝗮𝗹 𝗱𝗼 𝗰𝗮𝗽𝗶𝘁𝘂𝗹𝗼,
𝘁𝗲𝗺 𝘂𝗺 𝗮𝘃𝗶𝘀𝗼 𝗯𝗲𝗺 𝗶𝗺𝗽𝗼𝗿𝘁𝗮𝗻𝘁𝗲. 
𝗗𝗮 𝘂𝗺𝗮 𝗰𝗼𝗻𝗳𝗲𝗿𝗶𝗱𝗮 𝗮𝗶, 𝗯𝗲𝗹𝗲𝘇𝗮?
𝗕𝗼𝗮 𝗹𝗲𝗶𝘁𝘂𝗿𝗮!

𝚁𝚘𝚜𝚎 𝙱𝚊𝚞𝚎𝚛 ᵖᵒᵛ

Ele se foi de verdade.

Como se nada mais importasse.

Como se nada lhe tocasse.

Era como deixar alguém à beira do precipício, porque, sinceramente, lá no fundo, é exatamente o que essa pessoa precisa.

Não para pular de verdade.

Mas para sentir a sensação de que pode fazê-lo, recuperar o controle dos seus sentimentos, do seu luto e, acima de tudo, da sua própria morte.

Bill se afastou de mim depois de fechar a porta, que quase pegou no meu nariz com aquele movimento abrupto. O barulho me trouxe de volta à realidade, e eu dei uns passos para trás, mas as mãos fortes do Ben me seguraram, evitando que eu caísse ali mesmo. Ele me soltou e se virou para o volante, dando uma olhada rápida ao redor.

Bill seguiu até a pequena cama no fundo e se jogou nela, todo enrolado como se quisesse sumir ali mesmo. Ele puxava alguns fios dos seus longos cabelos, soltando uns soluços que nem se preocupavam em ser silenciosos. Klaus fez o mesmo com os seus cabelos alaranjados, deixando a cabeça cair e esfregando a testa, claramente frustrado.

Foi aí que Ben girou a chave na ignição, fazendo o motor roncar à vida.

Eu observei cada um de seus gestos, especialmente quando ele habilmente engatou a marcha à ré para nos retirar daquele local. Seu olhar encontrou o meu, e ele acenou com a cabeça, indicando que eu deveria ocupar o banco do passageiro ao seu lado. Sem hesitar, tomei meu lugar, sentindo a ansiedade crescer à medida que o veículo começava a se mover.

Iniciamos nossa fuga, e a sensação de escapar com o peso das circunstâncias sobre nós era avassaladora. Meu olhar percorreu a paisagem ao redor, absorvendo cada detalhe enquanto a estrada se estendia diante de nós. Por um tempo, ninguém falou, e o silêncio era preenchido pela tensão e pela incerteza do que estava por vir.

"Eu quero ir para a América" disparei, quebrando finalmente o silêncio. "Você pode me dar suporte nisso?"

Olhei de relance para o meu tio, que imediatamente apertou o volante com força, já com uma expressão de desagrado.

Ele resmungou, exasperado.

"Lá vem você com essa obsessão. Acha que é a única pessoa no mundo? Todo santo dia, um monte de otários por esse mundo afora acha que vai se dar bem lá. Fala sério!" uma risada sarcástica escapou de seus lábios. "O tal sonho americano... dava até pra rir, se não fosse tão patético."

"Então, por que considerá-lo tão patético?"

"Você é só mais uma no meio da multidão."

"Multidão? Não estou entendendo."

"No meio da multidão de ingênuos que nunca vão chegar a lugar nenhum lá." Com essa última frase, ele concentrou-se totalmente na estrada.

Ok, aceitei a resposta direta e áspera de Ben. Não estava sendo fácil lidar com tudo o que tínhamos revelado a ele. Poderíamos estar em uma situação complicada. Contudo, a responsabilidade agora recaía sobre ele, cabendo-lhe proteger-nos e encontrar uma maneira de resolver a merda toda.

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⏰ Última atualização: Jan 01 ⏰

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