Quatro

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A história das duas começa a partir de agora, aproveitem ;)
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Obrigada por ler <3

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– O que foi isso? – Bianca fechou a porta do carro.

– O que? – passou o cinto.

– Você não tava xingando a raça inteira da menina e ela quase quebrou seu pé! – disse indignada – quando eu sem querer derrubei um copo de plástico, PLÁSTICO no seu pé, você xingou a minha família inteira e os filhos que eu nem tenho!

– Eu xinguei muito – cruzou os braços – você só não tava aqui pra ver.

——— –– ———

– Vai trabalhar amanhã? – estava do lado de fora do apartamento de sua amiga.

– Vou, tenho que comprar os móveis do quarto novo e acabar de limpar lá – passou a mão pelos fios desajeitados – se puder ajudar no sábado, eu agradeço. Realmente vou precisar.

– Eu apareço por lá – riu – descansa, Addams. Até amanhã, boa noite.

– Noite, Bia – fechou a porta.

Mancou até a cozinha, tomando um copo d'água antes de ir ao banheiro, tomar um banho rápido para dormir.

Assim que se deitou na cama, depois de limpa, não pode parar de lembrar do olhar que direcionou a loira.
Havia a encarado demais?
Havia a feito ficar desconfortável?
Mesmo sendo paqueradora quando saía, aquela era uma situação diferente, ao menos ela tinha noção disso.
No fundo, por algum motivo, torcia para a encontrar novamente, mesmo sem saber o porquê. Apenas queria vê-la de novo.
Enid parecia uma mulher alto astral e uma boa companhia para alguns drinks.

Enquanto isso, Sinclair estava parada em sua vaga, com a cabeça apoiada no volante.

– Que dia – suspirou.

Estava há quinze minutos dentro de seu carro, no estacionamento de seu condomínio, pensando em como seu dia teve tantos altos e baixos.
Havia sido demitida no dia anterior, teve seu último turno pela manhã mas recebeu uma ligação de umas empresa agendando uma entrevista. Derrubou café por toda a sua roupa no último expediente mas recebeu uma grande gorjeta e, por fim, havia esmagado o pé uma mulher — que diga-se de passagem, era muito linda — desconhecida.
A imagem da baixinha com a regata suja, xingando em outra língua não saía de sua mente e, tudo que ela se perguntava é se iriam se ver novamente. Ela entendeu que o motivo dos xingamentos tinha sido a dor e, quando ficou mais calma, percebeu que parecia uma mulher muito centrada e boa de conversa.
Se pegou imaginando ela sendo uma ótima parceira de copo, para conversas e petiscos durante uma tarde.

– Meu Deus – abriu a porta do apartamento, falando sozinha – nisso que dá ficar anos sozinha, Enid. Não pode ver uma mulher bonita que fica toda... Toda travada, igual uma idiota.

Bufou, se jogando no sofá.
Poucos segundos depois, um gato rechonchudo de pelos cinzas e pretos, se deitou sob sua barriga.

– Ei, garoto – começou a acariciar o animal – com fome? Demorei mais que o normal hoje. Culpe meu talento para o desastre.

Ele miou, como entendesse o que ela falava.

– É, Gorby. Quase quebrei o pé de uma moça – beijou a testa do bichano, que começou a ronronar – e ela era tão linda. O que você acha de ter duas mães? Uma só já está bom, ou tem vaga aberta pra mais uma, hm?

Do You Hear Me Calling? (wenclair)Onde histórias criam vida. Descubra agora