Trinta

582 84 10
                                    

Como prometido ontem, aqui está, aproveitem :)
Não se esqueçam de votar e comentar!
Obrigada por ler <3

====================

——— –– ———

– O que a gente faz com ela? – apontou para a morena no seu colo, que dormia abraçada no seu corpo.

– Eu vou arrumar a cama dela, Eni – Barclay levantou – tenho certeza que o quarto vai estar uma bagunça.

Com calma, andou até o cômodo, encontrando a porta entreaberta.
Acendeu a luz e instantaneamente soltou um suspiro.
A cama estava um emaranhado de lençóis e travesseiros, a cortina e a janela estavam fechadas, a porta do closet aberta e roupas bagunçadas caíam de dentro do móvel.
Andou mais um pouco e encontrou do outro lado da cama uma cena que há tempos não via.
Três garrafas — sendo duas de vinho e uma de uísque — completamente vazias.
Foi até o banheiro e viu que a banheira estava cheia, mas a água já estava em temperatura ambiente. Em cima da bancada, logo ao lado da pia, uma cartela de aspirina vazia repousava, indicando a frequência que a latina ingeriu os medicamentos para dor de cabeça.

Rapidamente, começou o trabalho.
Juntou as garrafas e as levou até a cozinha, jogando as embalagens de remédio no lixo logo em seguida.
Voltou para arrumar o quarto e em cima da cama, por entre os lençóis, achou o celular dela.
Acendeu a tela e viu uma foto de Enid como plano de fundo e as várias mensagens e ligações perdidas dos dias anteriores. O colocou na mesa de cabeceira e acabou de dobrar os cobertores e ajeitar os travesseiros.
Dobrou as camisetas e calças caídas e as devolveu no lugar, fechando a porta do closet antes de sair para chamar a loira no sofá da sala.

– Pronto – disse baixinho – já tá liberado. Quando acordar ela pra ir, me avisa.

– Eu acho que consigo levar ela no colo – acariciou os fios negros – ela é menor que eu.

– Você que sabe – suspirou – eu vou buscar uma janta pra gente. Se importa se dormirmos aqui hoje? Não quero deixar ela sozinha.

– Sem problema, Bi – sorriu – eu também não quero deixar ela aqui.

– Okay – assentiu – volto daqui a pouco, qualquer coisa me liga.

– Pode deixar.

Assistiu Barclay sair, trancando a porta e levando a chave consigo.
Olhou para baixo e viu a expressão da latina.
O rosto inchado, amassado contra seu peito, com a boca entreaberta e com uma respiração calma, diferente da que tinha durante — o que agora entendeu se tratar de uma crise — a breve conversa dividida pela porta.

– Okay, eu sei que tá dormindo e nem vai me ouvir – suspirou – mas eu vou te levar pro quarto, okay?

Já imaginou que não receberia resposta e então se levantou com cautela — e um pouco de dificuldade — e se dirigiu até o cômodo já conhecido.
Devagar, colocou o pequeno corpo na cama, deixando um beijo rápido na testa da figura dormente.
Sorriu antes de sair, deixando a porta aberta enquanto ia na cozinha, tomar um pouco de água.
Viu no balcão as garrafas e escolheu as ignorar. Fingiu não ver os rótulos e a quantidade, apenas para se privar de aumentar um nível em sua preocupação.
Wednesday não precisava de pena, precisava de cuidado.

Quando voltou ao quarto, viu a baixinha tremendo e murmurando coisas que não entendia. Estava sonhando.

– Não, não – negava com a cabeça, forçando os olhos a se manterem fechados – não. Não.

Do You Hear Me Calling? (wenclair)Onde histórias criam vida. Descubra agora