Fardo

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23/12/ - 06:15 am.

Levemente sentiu um movimento do seu lado. Ignorou. Estava muito frio, devia ser o garoto se mexendo e puxando a coberta. Não seria a primeira vez, a morena estava acostumada com Henry dormindo consigo e lhe acordando com cotoveladas em uma luta nada justa pela coberta.

Mas uma pressão do seu lado, estava diferente dessa vez, a fazendo se mexer inquieta. De forma bem sonolenta se moveu para ficar confortável, e podê sentir cutucadas leves em seu braço.

Algo gelado estava pressionando sua nuca. Parecia uma mão molhada.

Agora Regina tinha despertado um pouco mais.

— Henry? - Murmurou abrindo os olhos. Mas o filho estava à sua frente. E o relógio na parede do lado, marcava que não era nem sete da manhã, isso fez ela virar bruscamente na cama.

Um grito foi dado pela morena quando a mesma tomou ciência do horário e de que não era o garoto lhe chamando.

Henry acordou pulando da cama, mas caiu desajeitado no chão devido ao chinelo que o fez tropeçar.

— Não fui eu! - Gritou levantando as mãos em rendição.

Enquanto Regina levanta da cama segurando o lençol para tapar o pijama. Henry acendeu o abajur do lado e começou a gargalhar quando percebeu o que estava acontecendo.

— É desta forma que vocês dois me recebem? - Jefferson disse bem-humorado enquanto se dirigia a janela e abria as enormes cortinas de sua cunhada. Estava com uma calça moletom e uma blusa esportiva de frio. Os cabelos molhados indicavam que tinha tomado um banho a pouco tempo, talvez até mesmo ali na casa da cunhada. Não seria novidade, Jefferson e Alice tinham a chave da casa, já que as vezes Regina não conseguia voltar tão cedo para cozinhar o jantar. E eles muitas vezes iam até lá para jantarem todos juntos. Erram uma companhia constante - Por deus, mereço abraços e sorrisos, esse rosto angelical aqui não vive de gritos não, credo! Levantem preguiçosos viajei de ônibus no meio da madrugada para chegar aqui cedo! Regina, para de se esconder que não tem nada de curto nesse pijama ai não! Já vi você de biquíni fio dental cunha, vem com essa não!

Regina permanecia parada olhando para o cunhado, até ganhar um tom vermelho no rosto com o comentário dele, e lhe atirar um travesseiro bem no meio da cara!

— Fora! Vou me trocar! - Disse gritando com o mesmo de forma divertida! - Vou arrancar sua língua e sua mulher vai ter que se contentar com um homem com a boca murcha, porque os dentes vão junto!

— Qual é Regina? Tá precisando transar, que humor fodido! - Jefferson reclamou rindo ao atirar o travesseiro de volta.

— Eu devia pegar as chaves que você e Alice tem, de volta!

– E perder a bela visão do paraíso que eu sou após um banho e cabelos escovados?

– No mínimo, o filho de lúcifer...

– Lúcifer era um baita de um gostoso, não assistiu a série? Obrigada por me comparar a ele, sei que tenho qualidades boas demais para o Paraíso, mas ele de qualquer forma é um anjo, certo?

Regina atirou outro travesseiro.

Jefferson atirou um chinelo.

E enquanto as provocações continuaram, a casa ia se enchendo de vida.

Henry ria da cena, mas já estava se retirando do local, após dar um abraço desajeitado no tio, seguiu pelo corredor.

Antes que ele pudesse chegar a escada para descer até a cozinha, ouviu o tio falar bem alegre enquanto também vinha caminhando pelo corredor, ao que parecia ele finalmente tinha parado de importunar a cunhada, que tinha se retirado ao banheiro para sua higiene matinal.

The  SnowstormOnde histórias criam vida. Descubra agora