– Amor – ele diz e eu fico vermelho – ah meu Deus, me desculpa.
– Tudo bem – eu pego sua mão e ele deita no meu colo.
Faço cafune nele por um longo tempo e seu cabelo tem a mesma macieis de suas mãos.
– Você ainda quer que acabe? – ele não responde – os próximos 7 meses.
– Ah – ele faz uma pausa como se tivesse entendido agora – eu queria porque não aguentaria passar muito tempo com você sem me sentir mal por gostar de você, mas – ele suspira e olha para mim – agora não quero mais porque eu não preciso mais fingir ser alguém que eu não sou para você, e eu espero poder me assumir para as pessoas que gostam de mim. E – Ele faz outra pausa – espero, talvez algum dia poder namorar com você.
Eu sorrio para ele e o beijo. Nós começamos a nos pegar e acabamos na cama sem roupa e ofegantes deitados um ao lado do outro. Ele pega minha mão e me beija.
– Pronto pro próximo round? – ele pergunta com um olhar e sorriso malicioso.
– Não – eu digo e rio – não estou. Eu cansei. Pode ficar pra próxima?
– Claro – ele sorri para mim e eu o beijo. Me levanto e ouvimos barulhos vindo da escada.
– Se troca rápido, acho que vem vindo alguém! – ele exclama, mas em um tom baixo.
Ele se levanta e coloca seus shorts de dormir e se senta na cama normalmente.
– Anda logo! – ele me apressa.
– Você disse que morava sozinho! – eu exclamo.
– E eu moro, mas Sofia tem minhas chaves – ele aponta pro armário.
– Quem é ela? – eu sinto ciúmes e não vou mentir sobre isso – uma amante?
– O que? Não! Agora vai logo lá pra dentro.
Eu bufo e me enfio dentro do armário. A porta de seu quarto abre porque da pra ver pela fresta do armário e uma garota de cabelo castanho escuro entra.
– Eu ouvi você conversando, mas quando entro não há ninguém – ela o olha com um olhar suspeito – porque você está de short de dormir essas horas e aquelas roupas jogadas ali? Elas nem cabem em você.
Gabriel parece tenso e eu também estou.
– Enfim, de qualquer forma.
Ela vem na direção do armário, mas Gabriel entra na frente antes que ela possa abrir.
– Qual foi!? nós não somos melhores amigos!? – amigos? Ok então – o que está escondendo!?
– Nada, só não olhe aqui – ele sorri para ela.
Ela o empurra e abre.
– Oi – eu murmuro seminu.
Ela revira os olhos e olha para ele.
– Você disse que odiava ele e agora vocês transam? – ela o questiona – não faz sentido você me esconder isso já sei que você é gay.
Eu saio do armário.
– Eu vou indo... – tento ir até minhas roupas, mas ela me corta.
– Nada disso. Seu gerente tá aí em baixo e se souber que é gay pode causar uma catástrofe já que seus pais estão vindo, e...
– Meus pais? – ele pergunta – eu vou até minhas roupas – eu não os vejo a séculos. O que eles querem?
Coloco a camiseta.
– Eu não sei, mas você sabe que estão vindo de muito longe.
Gabriel fica com um olhar furioso. Eu coloco a calça jeans.
– Eu não quero ver aqueles babacas para eles ficarem tentando me arrumar uma mulher! – ele grita e seu gerente sobe as escadas.
– O que está acontecendo aqui!? – ele grita.
Ele é um velho conservador, mas muito inteligente, entendo porque Gabriel deixou que fosse ele.
– O que ele está fazendo aqui!? – ele aponta pra mim.
Eu e Gabriel nos entreolhamos envergonhados. Eu coloco um dos pares do tênis.
O interfone toca e significa que os pais dele chegaram e olhando pela fresta da sacada há muitos paparazzis. Fodeu. Fodeu. Fodeu. O interfone toca novamente.
Os pais de Gabriel são parentes distantes – nem tão distante assim – de ex presidente que não sei o nome, ou seja, são muito famosos e tenho certeza que isso ajudou na carreira de Gabriel.
– Abre pros meus pais por favor? – ele pede ao seu gerente.
Seu gerente desce e vai lá abrir. Coloco o outro e me levanto.
– Depois conversamos, ok?
– Ok – responde sua amiga.
Ele olha para mim.
– Você quer ir lá em baixo comigo ou prefere me esperar aqui?
– Acho que prefiro ir lá – comento.
Ele pega minha mão e me leva até a escada. Ele a solta e descemos as escadas. Ele senta em uma das poltronas de frente pro sofá – é onde seus pais estão – e eu na oura do lado.
Ficamos em silencio por um longo tempo.
– Como vão as coisas? – pergunta o seu pai.
– Bem, eu acho... – ele responde.
Eles conversam por muito tempo e nem tocam no meu nome. Em seguida vão embora para um hotel e ficamos eu e Gabriel já que seu gerente e Sofia foram embora. Nós decidimos ir um pouco na piscina de sua casa e ficamos brincando com a água por um tempo. Quando cansamos, deitamos do lado da piscina com o sol batendo em nossos corpos. Pegamos a mão um do outro e seguramos ela em quanto nos esticamos feito lagartixas para ficar mais perto. E sinceramente, talvez eu acho que estou começando a gostar dele e eu gosto de gostar dele. Ficar perto dele é reconfortante quando você está se sentindo bem ou mal. De qualquer forma, eu acho que namoraria com ele, não agora, mas num futuro próximo talvez.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Um amor entre notas músicais
RomanceCauã é um famoso cantor de rock que tem apenas 21 anos. Já Gabriel tem 22 anos e é o cantor de músicas problemáticas de acordo com Cauã. Ele odeia tudo em Gabriel. Tudo mesmo! E esses dois cantores famosos se odeiam e tocam tipos de músicas parecido...